28/04/2017 às 11h23min - Atualizada em 28/04/2017 às 11h23min

Falando Nisso

Essa semana Carpinejar escreveu uma coluna que me comoveu, tomo inclusive a liberdade de reproduzir aqui algumas palavras:
“Talvez seja uma prova de intimidade: ela unicamente tem coragem de realizar isso comigo, numa demonstração ilimitada de confiança. O que sei é que ela nunca consegue se enfear. Beleza é quando você se arma, charme é quando você se desarma e continua irresistível”.
Ao dizer isso ele refere-se a sua mulher, em casa, lindamente despida de qualquer ornamentação, vestindo suas meias pretas de lã. Quer prova maior de amor?
Cantadas todos recebemos quase que diariamente (quem disser que não está mentindo ou com senso de percepção falho), mas é fácil admirar ao outro quando este está produzido, achar uma mulher linda quando ela está maquiada, vestindo seu salto mais alto. Mas, cara, admirar a mulher de meias, em casa, rabo de cavalo e aquela calça horrível, mas extremamente confortável, isso é raro. Também é raro que ela se sinta tão a vontade com você a ponto de fazer isso, de sentar de pijama, meias e pernas cruzadas, sem nenhuma produção, com uma bacia de pipoca bem na sua frente. Claro que mesmo desarrumadas, temos um toque de produção, mas mostrar isso a você é uma prova de confiança no seu sentimento.
O feminismo assumido assustou um pouco os homens, essa semana brinquei com um amigo quando ele me disse que queria um presente, eu prontamente respondi:
- Poxa no meu tempo quem ganhava presentes era a mulher.
E ele:
- E ainda se diz feminista!
Eu sou. Mas não extremista. Já mandei flores para namorado (rosas brancas), já fiz cartas românticas, já escrevemos uma carta por dia enquanto estávamos longe relatando um ao outro cada dia a distância, quase que como um diário para nos sentirmos próximos. Já fui pedida em casamento diante de toda a família (o casamento nunca aconteceu) e já cozinhei apenas para agradar. Fora outras cartadas românticas que não revelo nem sob tortura. Mas, fato é que sabia que o olhar de um ao outro era diferente quando estávamos sozinhos. Admirávamos um ao outro na simplicidade das coisas. Não foi eterno, mas que seja eterno enquanto dure.
Atualmente o romantismo se perdeu, as pessoas se escondem e deixam de admirar umas as outras para não ultrapassar seus muros. Não se manda mais flores (a não ser o cliché das rosas vermelhas no dia dos namorados) e como já falei anteriormente, que se magoe ao outro antes de ser magoado. Eu admiro as pequenas coisas, sigo acreditando que a mulher de meias pode ser sexy, o colchão jogado na sala aos domingos pode ter seu valor. Um bilhete no café da manhã, um elogio inesperado, uma surpresa... tudo isso alimenta o ego, o sentimento, o amor.
Tem coisa mais linda do que um homem que admira sua mulher quando ela acorda toda descabelada? E mais, diz isso pra ela?
Se o seu relacionamento não te faz sentir esse grau de importância, tem coisa errada. Amar a produção do sábado a noite é fácil... amor mesmo se mede no sofá da sala!
 
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