10/02/2017 às 09h21min - Atualizada em 10/02/2017 às 09h21min
Debate com conteúdo: o que se espera dos vereadores
O início da nova legislatura aconteceu na noite de segunda-feira, 6 de fevereiro, em Três Passos. Os vereadores usaram pela primeira vez, em sessão ordinária, a tribuna para o começo do mandato com duração até o fim de 2020. Renovada, a Câmara Municipal promete ser um espaço com grandes debates políticos, a exemplo do que ocorreu já nesse primeiro dia de atividades no Poder Legislativo.
Com 11 membros, a Casa do Povo recebeu sete novos edis: Arlei Tomazini (PSDB), Flavio Habitzreiter (PTB), Maria Helena Krummenauer (PTB), Nader Ali Umar (PSDB), Rosani Nascimento (PSDB), Vinicius Araújo (PCdoB) e Willian Heineck – Tocha (PMDB). Integram o Legislativo, ainda, os veteranos Edivan Baron (PTB), Ido Rohden (PTB), Ivo Zügel (PMDB) e Marli Franke (PT).
Os discursos estiveram pautados pelo agradecimento à confiança dos eleitores e no comprometimento de atuar com responsabilidade e determinação no decorrer dos quatro anos. Por ter havido uma renovação expressiva, a expectativa é de que o debate seja mais ferrenho, com mais ideias e discussões, fugindo das tradições votações mornas e sem muita contribuição.
A administração municipal, por ora, não deve encontrar muita dificuldade para aprovar os seus projetos. Todavia, há de salientar a união de todos os vereadores em contrariedade ao fechamento de duas escolas municipais do interior, situadas nas localidades de Barra da Romana e Santo Antônio, proposta pelo Executivo. Salienta-se: mesmo os edis da base do governo manifestaram-se contra a intenção do prefeito.
Frisa-se que a primeira sessão esteve lotada. Porém, a Câmara Municipal não esteve cheia de cidadãos em virtude de ser início da legislatura, mas, sim, por organização das categorias de agentes de saúde e de endemias. Motivo? Os funcionários foram surpreendidos no último mês com o corte do adicional de insalubridade, que corresponde a 20% do salário dos profissionais. Uma queda significativa na remuneração.
A maioria dos agentes de saúde e endemias fez-se presente na solenidade com o objetivo de demonstrar a união da categoria e pressionar os vereadores a abrirem um canal de discussão com os profissionais. A retirada de direitos, sem qualquer explicação, e a defesa pela manutenção de garantias de trabalho e dignidade foram os nortes nas falas dos representantes dos funcionários, que usaram da palavra no início da sessão.
Embora o número de vereadores da base aliada do Executivo Municipal seja maior, com seis membros, a oposição, formada por PSDB (3) e PMDB (2), foi absolutamente renovada. Os cincos edis, que no pleito de outubro estavam coligados na majoritária com Zilá Breitenbach e Marcelo Larssen, devem intensificar as cobranças e, ao mesmo tempo, contribuir sobremaneira com indicações e proposições legislativas.
A expectativa, portanto, é de que o Poder Legislativo não seja mais apenas um espaço de encontro nas segundas-feiras à noite para aprovar projetos básicos, como corriqueiramente acontece. Espera-se, sim, que seja um local de discussões com conteúdo, e não apenas com palavras jogadas ao microfone e sem um mínimo de razoabilidade. Há um vasto campo de trabalho para o vereador, basta que haja dele o comprometimento de ir em busca de solução para os problemas.