26/05/2017 às 09h46min - Atualizada em 26/05/2017 às 09h46min
Frango enfarofado
Bom dia gastronautas da nossa colunaria! Contamos, agora, um pouquinho do que sabemos sobre os “Mártires do Alto Uruguai".
Tudo começou com a Revolução Liberalista de 1923, ocorrida pela insatisfação do povo diante do continuísmo de uma política de caudilhos (coronelismo) empreendida pelo Governador Borges de Medeiros (chimango), lenço branco no pescoço. Do outro lado, o candidato derrotado nas urnas fraudulentas, Dr. Joaquim Francisco de Assis Brasil, com o apoio dos maragatos, lenço vermelho no pescoço. Insatisfeitos com as políticas regionais e com o apoio do Governo Federal, que nunca veio, se lançaram ao embate com muito banditismo misturando os interesses pessoais com o da revolução. Homens violentos e vingativos, bandidos, sem seleção alguma integravam os corpos provisórios de infantaria, espalhando a morte e o terror por todo nosso interior. Eram maragatos e chimangos promovendo cenas de horror, fazendo o povo humilde sofrer muito.
“Em 1924, o Pároco de Palmeira das Missões, padre Manuel Roda, sofrendo perseguições pelos revolucionários, teve que refugiar-se na Argentina para não morrer”. Devido à vacância na Paróquia de Palmeira das Missões, o Bispo de Santa Maria determinou ao Pe. Manuel González para atender os cristãos do sertão do Alto Uruguai. O Pe. Manuel recebendo a incumbência, expressa sua angústia em uma carta ao Bispo: "Devido ao meu estado de saúde, as anormalidades deste município e não havendo garantias de vida, por estar toda esta zona, desde Nonohay até Palmeira das Missões em poder dos revolucionários, temendo ser agredido na estrada... ou ficar de a pé, suplico a Vossa Excelência Reverendíssima, que humildemente me dispense deste cargo, ao menos enquanto durar este estado anormal..." (Carta ao Bispo de Santa Maria, datada há 8 de agosto de 1923). Não recebendo resposta às suas suplicas, pôs-se à missão encorajado pela sua fé.
Lá foi ele então, com a missão de batizar, celebrar casamentos e primeiras comunhões e catequizar o povo desta vasta região, sabendo do perigo que iria enfrentar. Foi a caminho dessa missão, numa de suas peregrinações, pelas comunidades de colonos próxima de Três Passos, distante 250 km de Nonoai, sua paróquia, que Pe. Manuel e seu fiel coroinha Adílio Daronch caíram numa emboscada armada por soldados provisórios e “pagãos”. Foram amarrados e martirizados e tudo terminou com dois tiros no sacerdote e três tiros no menino. Era dia 21 de maio de 1924. Foram sepultados, ali mesmo, num cemitério que iriam abençoar. Assim contam a história destes nossos “Mártires Beatificados”
Dica: Para comer durante a Romaria, nada melhor que um piquenique com galinha enfarofada, feita em casa.
FRANGO ENFAROFADO
Ingredientes: 1 frango inteiro ( preferência colonial), 2 cebolas grandes picadas em cubinhos, 6 dentes de alho piadinhos, 1 maço de temperos verde,
4 colheres de banha, farinha de mandioca crua para enfarofar, o suficiente, se quiser pode usar farofa pronta.
Modo de fazer: Pique o frango em pedaços e tempere com sal e pimenta a gosto. Numa panela grande aqueça a banha e frite o frango, sempre mexendo para não grudar, se precisar bote um pouco de água só para desgrudar, quando estiver bem frito adicione a cebola e o alho, baixe o fogo tape a panela e deixe refogar um pouco para ficar bem cozida, mexa de vez em quando para não grudar, se precisar bote mais um pouco de água, faça isso por uns 10 minutos ou até o frango estar cozido. Cozido o frango, adicione o tempero verde e vá colocando a farinha aos poucos e mexendo para embeber a farinha no caldo, quando estiver no ponto é só colocar numa vasilha com tampa ou num saco plástico e levar para a Romaria. Bom apetite para toda a família.
Dica: Quanto mais gordo o frango ou uma galinha, melhor o caldo e consequentemente melhor a farofada.