19/05/2017 às 09h59min - Atualizada em 19/05/2017 às 09h59min

Cine Teatro Globo, o melhor!

Sexta-feira passada aconteceu o evento da reinauguração da sala de espera do Cine Teatro Globo. O Cine Globo tem muitas histórias. Em 1976, cheguei a Três Passos para trabalhar na Caixa Econômica Federal.
         Eu fazia parte da tchurma dos bancários. Colegas que trabalhavam no Banco do Brasil e na Caixa. A tchurma do chatô Latrina era medonha.
         Quando o Roberto Levy, meu amigo desde aquela época, falou na reinauguração da sala de espera do cinema, que o cinema tinha muitas histórias.
         Quando estava chegando à portaria do cinema para o coquetel, avistei o Roberto Levy, o Levy Filho e o Herton Baum. Vi o Herton, rindo, balbuciando para o Roberto alguma coisa. Na hora me lembrei do final dos anos 70.
         Naqueles tempos, minha tchurma quando chegava ao cinema era olhada de soslaio, tipo: Hiii! Lá vêm os bagunceiros!
         Tenho várias histórias daquela época, mas escolhi uma para lembrar. Eu costumava ir ao cinema vestido de cowboy. De chapéu, calças de brim, um cinturão com dois coldres e dois revólveres (réplicas idênticas aos revólveres usados nos filmes americanos de western, inclusive com cápsulas de balas com espoletas que tinham o estampido de balas de verdade), de poncho, semelhante ao que usava o Franco Nero, primeiro ator ao representar o personagem Django no cinema. Ah! Completando a roupa de cowboy, usava botas americanas de salto.
         Num final de semana, fomos ao cinema assistir a um filme de western, não lembro mais o nome, mas era algo como: “Django não perdoa, mata” ou “Um homem chamado Django”, enfim, não importa o nome do filme, mas sim a história.
         Quase ao fim do filme, quando Django vai embora da city, um homem sobe numa caixa d’água na saída da cidade e quando está na metade da escada, para e grita: Django! E Django se vira e acena para o homem... e FIM!
         Bah! Pensei que tinha que ver de novo o filme. Fui ver de novo, e quando chegou a famosa cena da caixa d’água eu fiquei na maior atenção. Quando o homem começou a subir na escada da caixa d’água, eu contei: um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze (foi quando o homem para e grita chamando o Django).
         Imaginem! Lá fomos para a terceira sessão do filme. Ficamos em silêncio todo o filme. Chegou a cena do homem na escada da caixa d’água. Quando começa a subir a escadas e eu, mentalmente, conto os degraus... quando o homem chega no décimo degrau e vai subir o degrau do grito, eu grito antes, naquele silêncio do cinema e digo: Oi Django, tchau!
         E o Django se vira e acena, quando a plateia explode numa gargalhada geral. Vi três vezes o filme, mas valeu a pena. Foi tri engraçado!
         Desde então, quando eu chegava ao cinema com a minha tchurma, o Roberto me dizia: “Baixa a bola” e eu respondia: “Mas não fiz nada!” E ele: “Só estou avisando!”.
         O seu Levy me olhava atravessado, e se não fosse o Roberto que aliviava a minha, eu não entrava mais no cinema.
         Teve uma sessão que a nossa tchurma sentou nas últimas filas centrais de cadeiras. E dois policiais militares ficaram ao lado da fila, um de cada lado, para manter a ordem.
         Depois das sessões de filmes no cinema, nós íamos para o Xodó, da família Atz, que ficava em frente ao cinema. E eram mais histórias, onde o Egídio queria nossas cabeças, mas é história para outra coluna,
         Procurados vivos ou mortos. A tchurma do Nanny The Kid!
 
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         Velhos bons tempos. Antigas lembranças. De um tempo tranquilo. Sem maldade!
 
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Um abraço ao meu amigo desde os anos 70, Roberto Levy. Baita parceiro.
Um grande homem. Privilégio de ter como amigo!
 
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