Ouvi dizer há alguns dias que o ser humano em 95% dos casos só muda de atitude, comportamento ou vida por duas razões:
Amor ou Choque
Vamos à primeira delas. A pessoa se encanta, se apaixona por alguém muito diferente dela, ou, ainda, tem um relacionamento, mas algumas de suas atitudes estão colocando esse amor à prova, pronto, se o amor for suficientemente grande este é o “start” para iniciar uma mudança. Principalmente nós, mulheres, temos o péssimo (ou ótimo, depende o ponto de vista) de mudar pelos outros.
Por outro lado, temos o choque, não o elétrico, mas o de realidade mesmo! Uma doença grave, um acidente, uma separação, enfim, são inúmeras as possibilidades de choque que a vida nos dá.
Foi então que, ouvindo isso, fiquei pensando que em ambas as situações somos levados à mudança por motivos externos, por algo a nossa volta que nos desperta para essa necessidade. Motivos externos para mudanças internas!!! Penso que existe algo errado nisso. Onde fica a vontade, o desejo, a ambição?
Ah, mas o amor é interno, Iana! – você me diria.
Será? Essa mudança aconteceu pelo amor a quem? Ao marido? Namorado? Filhos? E o amor próprio? Muitas vezes é considerado lindo e digno o altruísmo de mudar pelos outros, mas eu penso que talvez pudéssemos uma “vezinha” ou outra pensar primeiramente em nós mesmas, pessoas felizes são contagiantes, ser egoísta nesse ponto acaba fazendo bem a todos a nossa volta.
Já o choque é mais perturbador ainda, deixamos nossa vida ir nos levando, o tempo ir passando, colocando em primeiro lugar o trabalho, estudos, responsabilidades e, ao final, quando nossos objetivos materiais estiverem cumpridos, ah, daí sim eu me aposento e vou viver! Só que um belo dia, aos trinta e poucos anos, você acorda e descobre um nodulozinho muito suspeito em algum lugar do seu corpo, ainda faltam vinte e tantos anos para a aposentadoria, mas, e agora, quanto eu gostaria de viver? Quanto eu quero aproveitar esse tempo com as pessoas que eu amo e dizer tudo aquilo que eu não disse? Ou, ainda, quantos lugares eu gostaria de ter conhecido, sabores que eu queria ter experimentado, roupas que eu gostaria de ter tido a coragem de usar, pois achei linda nos outros, mas eu nunca me permiti?!
Nós mulheres sempre deixamos os outros em primeiro lugar, e a nós cabe o “se sobrar tempo”. Até que vem o choque, e esse muitas vezes sopra forte e leva o tempo embora, e de legado ao mundo o que deixamos? E conosco o que levamos?
Como você quer se sentir aos 50, 60 ou 90 anos? Com a sensação de que deu tudo o que pode ou com a realização de que viveu o máximo que poderia deixando aos outros a frase:
- Nossa, ela foi feliz, soube viver a sua vida como ela quis. A autêntica felicidade!