25/08/2017 às 09h26min - Atualizada em 25/08/2017 às 09h26min

Receita fácil de charque

Bom dia gastronautas da nossa colunaria! Em homenagem à Semana Farroupilha, que já está bem próxima, contaremos um pouco da origem do nome Farroupilha, ajudando a  elucidar  o nome desta Revolução que norteou os Ideais de  liberdade do povo gaúcho. Muitos livros de história insistem na versão de que o nome "farrapos" ou "farroupilhas", teve origem nas roupas que estes vestiam - gastas e esfarrapadas. No entanto, a verdade é que em 1829 uma sociedade secreta Amigos Unidos, do Rio de Janeiro, já lutava contra o regime monárquico inspirado nos "sans culottes" (sem calções), revolucionários franceses mais extremados que usavam calças listradas, em oposição ao calção curto dos mais ricos (moda na época). Outra versão do termo farrapo foi inspirado nas roupas rústicas de um líder liberal, Cipriano Barata, que circulava em Lisboa de chapéu de palha e roupas propositadamente desleixadas. Seja qual a origem do termo, farroupilha já  era usado em 1831 como designação dos liberais exaltados que, nessa época, publicavam dois jornais no Rio de Janeiro: a Jurubeba dos Farroupilhas e a Matraca dos Farroupilhas, contrapondo-se aos conservadores, defendiam os ideais republicanos. Lembrem que a “Revolução Farroupilha só se deu em 1835  e durou 10 anos. Um dos estopins da Revolução Farroupilha foi os impostos abusivos sobre o charque, maior produto industrial gaúcho da época.
 
Hoje passamos uma receita de charque para vocês já irem se preparando para Semana Farroupilha que vem aí.

História da charqueada                                                                                                                                                                                               
As primeiras “charqueadas” de que se tem notícia datam de 1780, realizadas pelo cearense José Pinto Martins, numa propriedade situada às margens do Rio Pelotas, no Rio Grande do Sul. Tudo feito com muita simplicidade num galpão onde se preparavam e salgavam as carnes que ficavam expostas ao ar livre para secar.

Com o passar do tempo, o charque, que era usado na alimentação dos escravos e das camadas mais pobres da população, acabou ganhando status e tornou-se um dos principais produtos da economia sulista e o responsável pelo desfecho da Revolução Farroupilha.

Receita fácil de charque
 
Ingredientes: 3 kg de carne, 6 kg de sal e preferência sal moído grosso (tipo para gado) e uma vasilha de plástico ou madeira.
Modo de preparo: pegue 3 kg de carne, se for de primeira é melhor (capa de colchão), mas uma agulha ou paleta sem muito nervo também fica bom, deve sempre ter uma gordurinha que fica muito bom. Com uma faca afiada abrir em forma de bifão, de dois dedos de espessura no mínimo, se não souber mantear,  peça p/seu açougueiro fazer as mantas. Para salgar, forre  o fundo da vasilha 1 kg de sal e coloque a manta de carne por cima, 2 kg do sal por cima, feche com a tampa ou cubra com um pano, deixe por uns dois dias e tire o sal molhado e repita a operação e espere mais uns dois dias, retire o excesso de sal e com um gancho ou um barbante pendure dentro da churrasqueira para secar. Depois de seco pode colocar dentro de um saco plástico e guardar na geladeira ou congelar que não estraga mais. Se você quiser pode deixar pendurado secando que não estraga, depois é só reidratá-lo e fazer aquele delicioso carreteiro.
Se você achar meio estranho a quantidade de sal (sal é barato), faça com 1 kg de carne e 2 kg de sal, experimenta, ainda dá tempo para você aprender e fazer seu charque para os dias grandiosos da Semana Farroupilha.
 
 
 
Dica - Para dessalgar é só colocar água nele e trocá-la umas 4 x em 12 horas sem tirar da geladeira. Cuidado p/não perder todo sal, pois ele fica sonso.
 
 

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