14/05/2021 às 08h12min - Atualizada em 14/05/2021 às 08h12min

Senado suspende aumento de preço de medicamentos em 2021

Texto, que agora vai à Câmara, determina a reversão de reajustes já aplicados neste ano

O Senado aprovou um projeto de lei (PL) que suspende o aumento de preço de medicamentos em 2021. O texto também determina a reversão de reajustes já aplicados em medicamentos este ano, havendo, inclusive, mas sem a restituição do pagamento a mais já realizado. O projeto, aprovado por 58 votos a favor e 6 contra, segue para agora para a Câmara dos Deputados.

Para o autor do projeto, Lasier Martins (Podemos-RS), o projeto é uma forma de diminuir a pressão sobre o orçamento das famílias em meio à pandemia de coronavírus, incluindo aquelas com pessoas que dependem de medicamentos de uso contínuo. Lasier ressalta ainda que o cenário é de “recrudescimento da pandemia, inclusive com o surgimento de novas cepas virais”.

Os preços dos medicamentos disponíveis no Brasil são controlados pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed). Uma vez por ano, a Cmed fixa o teto de preços permitidos para a venda, mas esse controle não alcança determinadas classes terapêuticas de medicamentos isentos de prescrição, por exemplo.

O relator, Eduardo Braga (MDB-AM), explicou que o projeto não “congela” preços, apenas impede o reajuste do teto pela Cmed. “Não se trata de congelamento de preços, trata-se de suspensão de qualquer reajuste no teto estabelecido pela Cmed tanto para preços de fabricantes quanto para preços a varejo, para o consumidor. Portanto, fazendo justiça a milhões de brasileiros que estão necessitando de acesso à compra de medicamentos.”

Apesar de não ter sido aprovado por unanimidade, o projeto teve defensores, como a senadora Kátia Abreu (PP-TO). Ela rechaçou uma suposta quebra do preceito de livre mercado com o projeto. “Eu também sou a favor do livre mercado. Acontece que o livre mercado é uma tese importante para baratear produtos. Significa muita gente produzindo tudo, com grande concorrência, e os preços caindo. Agora, falar em livre mercado diante de um belo cartel não é democrático. É um grande cartel, onde os donos dessas fabricantes internacionais sempre foram muito grandes e ricos”, completou.

FONTE Agência Brasil
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