11/07/2020 às 11h53min - Atualizada em 11/07/2020 às 11h53min
Praticamente 85% da população gaúcha vive nos municípios que têm alto risco de contaminação
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O avanço da pandemia tingiu de vermelho 75% do território gaúcho. Novo mapa de risco divulgado nesta sexta-feira pelo governo do Estado colocou 15 das 20 regiões sob restrição severa à circulação de pessoas.
Praticamente 85% da população vive nos 391 municípios cuja velocidade de contaminação do coronavírus se tornou maior na última semana.
Além de Porto Alegre, Canoas, Capão da Canoa, Novo Hamburgo, Pelotas e Palmeira das Missões, cujo status de alerta já elevados desde a semana passada, agora entram em bandeira vermelha as regiões de Taquara, Santo Ângelo, Santa Rosa, Cruz Alta, Erechim, Passo Fundo, Caxias do Sul, Cachoeira do Sul e Santa Cruz do Sul.
Apenas cinco regiões estão sob bandeira laranja, o que permite a abertura do comércio: Bagé, Ijuí, Uruguaiana, Santa Maria e Lajeado.
A atual classificação de risco ainda é preliminar. Como de praxe, os municípios têm até as 6h da manhã de domingo para corrigirem eventual erro nas informações ou apresentar pedido de reconsideração. O mapa definitivo será divulgado na tarde de segunda-feira, após reanálise pelo gabinete de crise do Piratini.
As regras de isolamento passam a valer a partir de terça-feira. Todavia, desde já 218 prefeituras da zona vermelha podem adotar regras condizentes com bandeira laranja por não terem registrado nenhuma internação ou óbito por covid-19 nos últimos 14 dias.
Capacidade do atendimento hospitalar indica risco alto
O agravamento na situação no Estado pode ser medido por vários indicadores, mas um só resume o avanço da pandemia: em uma semana, o número de óbitos cresceu 50%, passando de 138 para 207. A ocupação das UTIs por pacientes covid cresceu 21% ante uma redução de 9% nos leitos livres.
Esse quadro elevou para bandeira preta a capacidade de atendimento da rede hospitalar.
“Mesmo com todas as ações de ampliação de leitos de UTI no Estado, o avanço na evolução da Covid-19 sinaliza risco alto de pressão ao sistema de saúde e a necessidade de se ampliar ainda mais a conscientização da população em seguir os protocolos de distanciamento”, alerta em comunicado oficial o governo do Estado.
Pelo menos quatro regiões – Porto Alegre, Canoas, Capão da Canoa e Novo Hamburgo – ingressam na quarta semana consecutiva em bandeira vermelha, o que representa uma estabilidade crítica. Com a piora do cenário em Taquara, toda a Região Metropolitana se encontra sob alerta. Houve aumento de 43% nas hospitalizações por síndromes respiratórias agudas graves, além de uma ocupação 24% superior nos leitos de UTI por pacientes covid.
Somente em Porto Alegre, as internações cresceram 63% e o número de casos ativos praticamente dobrou, de 842 para 1.451.
Panorama no interior
No Norte, o panorama se agravou em consequência da saturação da rede hospitalar. Os leitos livres em UTI caíram quase à metade, de 92 para 49. A queda foi registrada principalmente em Passo Fundo, onde das 48 vagas da semana passada restavam apenas 26 na última quinta-feira.
Na Serra, houve incremento no registro de novos casos e a consequente diminuição na capacidade de atendimento por conta de aumento nas internações em leitos clínicos, de UTI e por síndromes respiratórias. A situação é semelhante em Pelotas, onde cresceu 86% as hospitalizações por covid.
Com isso, Pelotas se junta a Passo Fundo, Santo Ângelo e Palmeira das Missões, entrando na segunda semana seguida sob bandeira vermelha.
Em Santo Ângelo, houve aumento de 53% nas internações. O quadro é mais tranquilo em Cruz Alta, onde há razoável estabilidade no contágio, a despeito do registro de cinco óbitos na última semana. Ainda assim apenas Ijuí permaneceu sob bandeira laranja na região das Missões.
Fenômeno similar ocorre nos Vales, onde apenas Lajeado segue com distanciamento mais flexível. O entorno do município é praticamente uma ilha sob bandeira laranja rodeada por toda uma metade leste do Estado sob bandeira vermelha. Na vizinhança, Cachoeira do Sul e Santa Cruz do Sul tiveram piora sobretudo pelo agravamento da pandemia na macrorregião e no Estado como um todo.