25/02/2021 às 16h47min - Atualizada em 25/02/2021 às 16h47min

'Estou enxergando o pico do Everest. Estamos apavorados', diz secretária da Saúde do RS

Arita Bergmann alertou para esgotamento da capacidade das UTIs no estado. Manifestação foi feita durante reunião do governo com prefeitos. Governador sugeriu suspensão da cogestão por uma semana.

A secretária da Saúde do Rio Grande do Sul, Arita Bergmann, alertou para o risco de esgotamento do sistema de saúde do estado no combate ao coronavírus. A manifestação foi feita, nesta quinta-feira (25), durante a reunião do governador Eduardo Leite com prefeitos para tratar do sistema de cogestão - que autoriza os municípios a adotarem medidas mais brandas em relação às bandeiras impostas pelo estado.

A titular da pasta afirmou enxergar "o pico do Everest", em menção à situação da pandemia no RS.

"Eu já estou enxergando o pico do Everest. Estamos aqui apavorados", afirmou.

Diante dos dados apresentados, o governador Eduardo Leite sugeriu suspender o modelo de cogestão por uma semana, começando pelo sábado (27) até o domingo (8). O chefe do Executivo se disse decidido, mas que iria aguardar a manifestação dos prefeitos para sacramentar a decisão.

"A minha decisão é pela suspensão da cogestão. Eu vou ouvir os prefeitos, que, evidentemente, com seus argumentos, podem me convencer do contrário", disse.

A reunião, iniciada pouco depois das 14h, ainda não foi encerrada. Além de Leite e de Arita Bergmann, já falaram o pesquisador Bruno Paim, do Comitê de Dados do governo estadual; o vice-governador e secretário da Segurança, Ranolfo Vieira Jr; e o presidente da Famurs, entidade que representa as prefeituras do RS, Maneco Hassen.

A secretária da Saúde apresentou a evolução da ocupação de leitos clínicos e de UTI nas últimas semanas. No dia 24 de janeiro, o RS tinha 2.383 pessoas internadas com Covid-19. Já nesta quinta, o número era de 4.925 pacientes em hospitais, uma alta de 206% em pouco mais de um mês. No caso dos leitos críticos, os hospitais operam com 91,8% da capacidade máxima.

Segundo Arita Bergmann, se o ritmo atual for mantido, o RS pode ficar sem leitos para atender a demanda.

"Não haverá leitos, especialmente de UTI, para atender a demanda, que é crescente. Crescente a ponto de nos deixar com uma lista de espera", explicou.

A secretária da Saúde informou ainda que solicitou aos hospitais o uso de todos os espaços possíveis para receber pacientes, diante da dificuldade de criar novos leitos de UTI. Eduardo Leite citou projeções do governo, que apontavam a necessidade de 7 mil vagas críticas para atender a todos.

"É absolutamente inviável", avaliou o governador.

Eduardo Leite falou da aquisição de vacinas por parte do governo estadual e das prefeituras. Segundo o governador, uma reunião já foi agendada com a Pfizer para negociar a compra de doses. Além disso, o RS estaria se juntando a outros estados para adquirir o imunizante russo, Sputnik V.

"Estamos buscando todas as frentes que forem possíveis", declarou.


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