15/01/2021 às 09h02min - Atualizada em 15/01/2021 às 09h02min

Alimentação nos primeiros anos de vida é decisiva para a formação de hábitos alimentares, crescimento e desenvolvimento da criança

É preciso acabar com o mito de que alimentação saudável é cara e inacessível. A conclusão é da nutricionista e consultora Márcia Vitolo, que prega que crianças de até dois anos devem ter contato com todo tipo de alimento in natura e minimamente processado para formação de hábitos alimentares saudáveis. “O Brasil tem uma imensidão de possibilidades”, externa Márcia, que fez o pós-doutorado em nutrição pela Rutgers University (EUA).  

Em uma pesquisa publicada no final do ano passado, o Ibope Inteligência, com o apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), coletou informações de 1,5 mil famílias brasileiras e traçou um perfil em meio à maior crise sanitária do século. As entrevistas mostraram alguns dados preocupantes. Nas casas com crianças e adolescentes, o consumo de alimentos industrializados cresceu no comparativo entre julho e novembro. Nas residências sem crianças e/ou adolescentes, o consumo de refrigerantes e bebidas açucaradas, por exemplo, era de 29%. Com a presença de crianças e de jovens de até 17 anos, o número subiu para 34%. 

Para Márcia, A Alimentação nos primeiros anos de vida é decisiva para a formação de hábitos alimentares, crescimento e desenvolvimento da criança.

“A partir dos dois anos, a criança até pode consumir alimentos não tão saudáveis, mesmo porque as crianças são sociáveis, elas vão frequentar lugares que terão esses alimentos. Mas minha linha é a seguinte: até dois anos, os bebês são menos expostos a ambientes de socialização. Por isso, eles têm que ser protegidos”, reforça a especialista. 

Em um bate-papo com a nutricionista e consultora Márcia Vitolo, ela explica a importância da alimentação in natura e minimamente processada para bebês, ou seja, alimentos saudáveis. 

Quais os alimentos mais indicados para as crianças de até 2 anos? 

“Primeiro que esse período é extremamente importante e determinante para aspectos futuros de saúde e formação de hábitos alimentares. Então, podemos resumir de maneira prática a questão dos alimentos mais importantes dessa forma: até seis meses de idade, é recomendado o aleitamento exclusivo. É o leite materno e só o leite materno. As situações individuais serão orientadas por profissionais de saúde, em casos especiais. Mas a recomendação é que todas as crianças podem e devem ser amamentadas até seis meses com o leite materno, ele “aguenta” tudo, ele atende todas as necessidades da criança.

A partir dos seis meses, começa a introdução dos alimentos complementares. Eles são todos os considerados in natura, minimamente processados, alimentos que nós chamamos de saudáveis. Vamos descrever o que são esses alimentos saudáveis, para ficar bem didático: se a família vai ali na parte de hortifrutigranjeiro de um mercado, tudo aquilo que está nessa parte pode dar para o bebê a partir dos seis meses. Se for à feira, tudo que estiver ali nos corredores pode dar para o bebê. O que isso significa: que a partir dos seis meses não tem restrição de tipo de verdura, de fruta, de legume, nenhuma! É verdura, fruta, legume, cereal, grão, carnes, tudo pode dar. Tem o mito de que não pode dar carne de porco ou peixe nesse início e não existe isso. 

O Brasil tem uma imensidão de possibilidades. É só olhar as carnes: temos frango, peixe, porco... O que nós restringimos são os alimentos ultraprocessados, que normalmente vêm nos pacotes e nas caixas, que têm aditivos, que não se parecem com comida, que foram modificados. As carnes processadas também não recomendamos que deem aos bebês até dois anos, que são as linguiças e as salsichas. Pode dar a carne de porco, mas não a linguiça ou a salsicha. Esses alimentos a gente deve evitar e retardar até lá na frente, até dois anos a gente deve ter um cuidado maior. 

A partir dos dois anos, a criança pode consumir alimentos que não são tão saudáveis? Até pode, mesmo porque as crianças são sociáveis, elas vão frequentar lugares que terão esses alimentos. Minha linha é a seguinte: até dois anos, os bebês são menos expostos a ambientes de socialização.  Eles não vão a festas sozinhos, não andam com amiguinhos (risos). Por isso, eles têm que ser protegidos.”



Fonte: Brasil 61
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