O mapa preliminar de risco para o novo coronavírus, divulgado nesta sexta-feira pelo governo gaúcho, classifica, pela primeira vez desde maio, duas regiões em bandeira preta. O modelo de distanciamento controlado mede as condições de atendimento de pacientes e a probabilidade de contágio, servindo para balizar a circulação de pessoas e a liberação de atividades econômicas em meio à pandemia de Covid-19. Com risco epidemiológico altíssimo, as regiões de Bagé e de Pelotas devem implementar medidas ainda mais rígidas de controle, caso não consigam reverter a bandeira preta. Outras 18 ficaram em bandeira vermelha (risco alto), incluindo a de Taquara, hoje em vermelho. Apenas a de Cruz Alta recebeu bandeira laranja (risco médio).
A bandeira preta significa que tanto a capacidade hospitalar quanto o contágio por coronavírus alcançaram níveis críticos na região.
Conforme o governo, o Rio Grande do Sul observou aumento em quase todos os indicadores. Houve elevação, nos últimos sete dias, de 14% nas hospitalizações por Covid-19 (de 1.174 para 1.338 casos), que alcançou o maior número desde o início do monitoramento. Também é o número mais elevado de pacientes em UTIs, em leitos clínicos e também de óbitos em função do coronavírus.
As mortes cresceram 15% nesta semana, chegando a 409. Como resultado, há um número menor de leitos livres (407), e diminuiu a razão de leitos livres para cada ocupado (0,44). É a primeira vez que o índice cai abaixo 0,5.
Os recursos podem ser enviados até as 6h de domingo. Recentemente, o governador Eduardo Leite alterou as regras das bandeiras vermelhas e suspendeu a cogestão, em que municípios tinham autonomia para utilizar medidas de contenção de contágio mais brandas. Esse decreto é válido até o dia 14 de dezembro, quando o governo deve anunciar se mantém as mudanças ou não.
Em relação ao número de óbitos, Pelotas teve o dado mais expressivo, registrando 41 mortes atribuídas à Covid-19 nesta semana, quase o dobro se comparado com a semana passada (23). Bagé registrou mais 10 mortes nesta semana, o mesmo indicador da rodada anterior, mas quintuplicou os registros na comparação com a semana retrasada, quando houve duas mortes.
Desde a 26ª semana do Distanciamento Controlado, a região de Pelotas enfrenta aumento nas hospitalizações de confirmados da doença. Enquanto na 26ª rodada foram 22 registros, na atual, o número chegou a 87. De forma similar, Bagé mantém as hospitalizações em alta desde a 28ª semana. Eram cinco, e agora foram 23.
A macrorregião Sul também registrou aumento em termos de ocupação de leitos de UTI, tanto para casos de Covid-19 (de 38 para 50) como por síndrome respiratória aguda grave (SRAG), de 54 para 74. Com isso, houve redução de 50% na oferta de leitos livres para tratamento intensivo na região, que agora está com 15 unidades – na semana anterior eram 30 e, na retrasada, 35. Contabilizou avanço também no acumulado de sete dias em termos de internações em leitos clínicos: foram 102 ante 75.
FONTE Governo RS