02/04/2020 às 09h20min - Atualizada em 02/04/2020 às 09h20min

Pouco conhecida, doença pulmonar afeta parte da população e aumenta grupo vulnerável ao coronavírus

Pessoas com doenças respiratórias crônicas, como bronquite ou asma, estão entre os grupos mais vulneráveis ao novo coronavírus, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma vez que a infecção causada pelo vírus ataca principalmente o sistema respiratório.

Dentre as doenças respiratórias crônicas, a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, DPOC, chama a atenção dos especialistas no Brasil neste momento de pandemia por causa do baixo diagnóstico da doença: apenas 12% dos casos de DPOC no país são diagnosticados.

Apesar da baixa identificação da doença, pelo menos 6 milhões de pessoas tem DPOC no Brasil, de acordo com estimativa da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT). Entre os poucos diagnosticados, somente 18% seguem o tratamento médico.

Por mais da metade desses doentes crônicos pulmonares nem saberem que tem a doença, a SBPT alerta que essas pessoas podem não se considerar grupo de risco ao coronavírus, não tomando os devidos cuidados de isolamento social.

Além disso, por estarem acostumados a tossir e ter dificuldade para respirar no seu dia a dia, a Sociedade salienta que portadores de DPOC podem não identificar que estão com Covid-19, uma vez que a infecção causa sintomas parecidos.

Diretor científico da SBPT, o médico pneumologista José Antônio Baddini Martinez alerta que o contrário também pode acontecer. “Os médicos devem ter cuidado para não classificar erroneamente como Covid-19 um caso grave de DPOC não diagnosticado”, diz.

Pacientes com DPOC, especialmente os mais graves, “exibem uma menor reserva respiratória por causa da lesão pulmonar ocasionada pela doença”, explica Martinez. Como o novo coronavírus ataca os pulmões, “pessoas com DPOC vão ter mais dificuldades em tolerar uma segunda agressão pulmonar causada pela Covid-19”, podendo resultar em morte.

Para os casos já diagnosticados, o pneumologista afirma que o melhor conselho aos pacientes com DPOC nessa época de pandemia é: “mantenham o uso das suas medicações de base e não saiam de casa.”

Também é preciso lembrar que doenças crônicas deixam o sistema imunológico mais enfraquecido. Por isso, os pacientes crônicos precisam manter a doença controlada seguindo os tratamentos de costume, além de estar em dias com as vacinas, especialmente as de pneumonia e gripe no caso das doenças respiratórias.

Também chamada de bronquite crônica e enfisema, Martinez explica que pessoas com DPOC têm muita dificuldade de respirar, principal sintoma da doença. “No início, a falta de ar é apenas para atividades físicas. Em fases avançadas, a falta de ar aparece mesmo quando a pessoa está em repouso.”

Cansaço, tosse e catarro também são frequentes nesses pacientes, segundo o pneumologista da Faculdade de Medicina do ABC, Franco Martins.


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