26/02/2020 às 09h16min - Atualizada em 26/02/2020 às 09h16min

"Não tem mais como impedir a chegada do coronavírus no Brasil", diz secretário-executivo do Ministério da Saúde

Apesar disso, João Gabbardo lembra que doença tem letalidade baixa e que o "importante é que não criemos pânico"

A notícia do primeiro caso de exame positivo para coronavírus em um brasileiro, que viajou recentemente à Itália, fez redobrar a atenção das autoridades quanto à possibilidade de chegada da doença ao Brasil. O secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, que acompanha o tema de perto. Nesta quarta-feira (26), o ministério deverá se pronunciar sobre o exame, que foi para contraprova no laboratório do Instituto Adolfo Lutz (o resultado deve ser divulgado em entrevista coletiva, às 11h). Para Gabbardo, o avanço da doença na Itália e, consequentemente, em outros países da Europa, é decisivo para os reflexos por aqui.

— Não tem mais como impedir a chegada do coronavírus no Brasil. Em função do que está ocorrendo na Itália e com o fluxo de pessoas, é inevitável — afirmou Gabbardo.

— O coronavírus tem taxa de transmissão alta, mas a letalidade é baixa. Os Estados organizaram seus planos de contingência. É importante que não criemos pânico — concluiu.

No caso de São Paulo, o primeiro exame, que deu positivo, foi feito no Hospital Albert Einstein. Trata-se de um homem, de 61 anos, residente na capital paulista, que apresentou sinais e sintomas compatíveis com a suspeita de coronavírus — como febre, tosse seca, dor de garganta e coriza. Conforme o Ministério da Saúde, o paciente está bem, com sinais brandos da infecção. Gabbardo reforça a importância dos cuidados que devem ser tomados pela população:

— As recomendações para evitar a contaminação da “gripe” agora são mais importantes do que nunca. Cuidado com as secreções (tosse, espirro), lavar as mãos, evitar aglomerações quando estiver doente — reforçou.

A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo também informou que está monitorando outros três casos suspeitos de coronavírus no Estado, totalizando quatro, sendo três na capital paulista – incluindo o do homem de 61 anos – e um quarto caso no Interior. O último boletim do Ministério da Saúde informa que o governo também investiga uma suspeita no Rio de Janeiro.

Confira na íntegra a nota do Ministério da Saúde

"O Ministério da Saúde, em conjunto com as secretarias estadual e municipal de São Paulo, investiga possível caso de Doença pelo Coronavírus no município de São Paulo.

Em 25 de fevereiro de 2020, após 12h, o Hospital Israelita Albert Einstein registrou a notificação de caso suspeito de Doença pelo Coronavírus 2019 (COVID-19). No atendimento, adotou todas as medidas preventivas para transmissão por gotículas, coletou amostras e realizou testes para vírus respiratórios comuns e o exame específico para SARS-CoV2 (RT-PCR, pelo protocolo Charité), conforme preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Com resultados preliminares realizados pela unidade de saúde e de acordo com o Plano de Contingência Nacional, o hospital enviou a amostra para o laboratório de referência nacional, Instituto Adolfo Lutz, para contraprova.

Este processo de validação dos resultados está em curso e o Ministério da Saúde divulgará o laudo final da investigação oportunamente. A pasta recomenda, portanto, cautela sobre quaisquer informações que não sejam as oficiais, uma vez que a investigação não está concluída.

Trata-se de um homem de 61 anos, residente em São Paulo/SP. Traz o histórico de viagem para a Itália, na região da Lombardia (norte do país), a trabalho, sozinho, no período de 09 a 21 de fevereiro. Iniciou com sinais e sintomas (Febre, tosse seca, dor de garganta e coriza) compatíveis com a suspeita de Doença pelo Coronavírus 2019 (COVID-19). O paciente está bem, com sinais brandos e recebeu as orientações de precaução padrão.

A SES/SP e SMS/SP está realizando a identificação dos contatos no domicílio, hospital e voo, com apoio da Anvisa junto à companhia aérea.

Todas ações e medidas seguidas estão de acordo com os protocolos do Ministério da Saúde e da OMS e diariamente atualizações são informadas em coletivas e boletins epidemiológicos. Mais informações, acesse www.saude.gov.br/coronavirus."


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