29/10/2019 às 09h28min - Atualizada em 29/10/2019 às 09h28min

Medidas antitabaco diminuíram em 40% o número de fumantes no Brasil, diz médica do Instituto do Câncer

GaúchaZH

A implementação de medidas estabelecidas pelo Tratado Internacional para Controle do Tabaco, como os aumentos de preços e impostos, reduziram em até 40% o número de fumantes no país, de acordo com a médica do Instituto Nacional do Câncer (Inca) e secretária-executiva da Comissão Nacional para Implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (Conicq), Tania Cavalcante. Segundo ela, também contribuem para a melhoria as advertências sanitárias nas embalagens e a proibição de saborização dos cigarros e das propagandas.

— Apesar de o Brasil ter reduzido muito a prevalência de fumantes, para 9,3%, em números absolutos, são 19 milhões de pessoas, então precisamos ajudar esses fumantes a deixarem de fumar e muitos deles precisam de tratamento, que é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Embora ainda tenhamos muitos desafios, não temos propaganda e promoção dos produtos de tabaco — disse, durante o Simpósio Internacional Sobre Formas Alternativas de Exposição ao Tabaco.

De acordo com Tania, as medidas adotadas, incluindo a proibição de fumo em locais fechados, estão fazendo o efeito previsto e mudando a percepção da sociedade, de que fumar é glamoroso e positivo, para a visão de que se trata de um problema de saúde pública.

— Se perguntarmos hoje para qualquer criança ou adolescente, eles sabem disso, e são eles que pressionam seus pais, avós para que não fumem.

Para a médica do Inca, as medidas preventivas contra o tabaco não foram adotadas antes porque existe pressão da indústria do tabaco, já que muitas das medidas dependem de leis.

— Se tivéssemos adotado anteriormente tudo o que temos hoje, teríamos menos fumantes e menos mortes e doenças. Hoje, são 157 mil mortes (anuais) devido ao tabagismo, todas evitáveis, e um gasto de R$ 57 bilhões com as doenças por ano, enquanto as empresas lucram.

Cigarro eletrônico

A médica ressaltou que é preciso, ainda, ficar atento aos cigarros eletrônicos, que têm sido difundidos como algo interessante para reduzir os danos aos fumantes, mas que são igualmente perigosos. Segundo Tania, quando usado para tratar um fumante que está tentando parar com o convencional, o cigarro eletrônico pode ser utilizado, mas é importante não esquecer que ele não é inócuo e as empresas mantêm seu interesse em expandir seu mercado da nicotina.

— Os cigarros eletrônicos são vendidos em lojas vistosas, são coloridos, bonitos, tentando passar uma percepção para a população de que aquilo não tem dano, mas tem. Estamos vendo nos Estados Unidos crianças e adolescentes morrendo por dano pulmonar e ninguém sabe o que está acontecendo exatamente — destacou.

Tania orienta que os pais fiquem atentos, para evitar que a novidade entre em suas casas e na vida de seus filhos.

— Os formatos são os mais diversos possíveis e podem passar despercebidos e os pais não identificarem. Os pais precisam estar vigilantes e informar e orientar as crianças para que não usem e, principalmente, lembrar que pulmão nós só temos dois, e é um órgão extremamente vital.

 
 
 

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