29/07/2019 às 09h09min - Atualizada em 29/07/2019 às 09h09min

Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais é comemorado hoje

Agência Brasil
Marcello Casal jr/Agência Brasil

As hepatites virais são doenças infecciosas sistêmicas que afetam o fígado, ou, em uma explicação mais simples, são inflamações do órgão. O fígado desempenha diversas funções, como a desintoxicação do corpo, o armazenamento de vitaminas e a sintetização do colesterol.

Entre 1999 e 2018, o Ministério da Saúde recebeu 632.814 notificações da doença. No período, a hepatite com mais registros foi a do tipo A (233.027), seguida pelas variedades C (228.695), A (167.108) e D (3.984).

A hepatite C foi o único tipo que teve crescimento, de 2014 para 2018. A taxa de incidência passou de 11,9 para 12,6 casos a cada 100 mil habitantes.

Por iniciativa do Brasil, a Organização Mundial de Saúde (OMS) instituiu, em 2010, o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais. Desde então, a data vem sendo celebrada anualmente, em 28 de julho. As hepatites virais são a causa de morte de cerca de 1,7 milhão de pessoas, por ano, no mundo.

Tratamento e prevenção

O Ministério da Saúde informou que, desde janeiro deste ano, foram distribuídos, entre os estados e o Distrito Federal, 24 mil tratamentos completos para hepatite C. A expectativa é de que, até dezembro, cerca de 50 mil pessoas com infecção pelo vírus C sejam tratadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 

Atualmente, existem vacinas para os tipos A e B da hepatite, que podem ser obtidas nos postos da rede pública de saúde. O Ministério da Saúde destaca no site que a hepatite C tem cura em mais de 90% dos casos quando o tratamento é seguido corretamente. As hepatites B e D têm tratamento e podem ser controladas, de maneira que a evolução para cirrose e câncer pode ser evitada.

A hepatite A é uma doença aguda e o tratamento se baseia em dieta e repouso. Normalmente, a melhora ocorre em algumas semanas e a pessoa adquire imunidade, ou seja, não terá uma nova infecção. Apesar disso, a recomendação é de que, independentemente do tipo, as consultas médicas sejam feitas regularmente, já que as infecções podem piorar.

Entre as medidas de prevenção da doença destacam-se uma estrutura adequada de saneamento básico, boas práticas de higiene pessoal, o uso de preservativos em relações sexuais e o uso de agulhas e seringas descartáveis. É importante também que não se compartilhem objetos perfurocortantes, como barbeadores e instrumentos de manicure e pedicure. 

Avanços da ciência

Pesquisadora da área há mais de duas décadas, Lia Lewis considera que houve progressos quanto aos medicamentos usados no tratamento da hepatite. Segundo ela, atualmente, é possível administrar doses de medicação oral durante oito semanas somente, quando o caso é menos grave.

Lia comenta que sua equipe vem trabalhando, em parceria com estudiosos dos Estados Unidos, para compreender o mecanismo de resposta imunológica de pacientes. Ela complementa dizendo que o grau de mutação do vírus da doença é o obstáculo para o desenvolvimento de uma vacina para a hepatite C. 

"O vírus muda muito. Às vezes, tem que descobrir qual é a região do vírus, uma proteína ou um antígeno em cima do qual se possa fazer a vacina, que possa abranger todas as cepas de genótipos. É também a historia do HIV.", completa

 


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