A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou na manhã desta quarta-feira que monitora possíveis desabastecimentos de suprimentos de saúde por causa dos bloqueios em rodovias. Em nota, a agência afirma que alertou diversas organizações sobre a importância de garantir fluxos de insumos de saúde.
As paralisações nas estradas começaram na noite de domingo (30) após o resultado da eleição e foram aumentando ao longo da semana. Bloqueios e interdições atingiam 20 estados e o Distrito Federal na terça-feira, apesar de decisões judiciais que determinam o desbloqueio das estradas.
Segundo a Anvisa, foram enviados ofícios para o Ministério da Saúde, a Justiça, a Casa Civil, o Ministério Público Federal, o Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).
A agência afirma ainda que é missão da Anvisa identificar ameaças e proteger a saúde da população. O ofício conclui solicitando especial atenção para que se possa manter e garantir o livre acesso da população à insumos de saúde.
Além de ameaçar a oferta de produtos e serviços de saúde, os bloqueios podem provocar impacto nos preços e na inflação. Os supermercados já registram problemas de desabastecimento, principalmente de produtos perecíveis, como frutas, legumes, verduras, carnes, frios e laticínios, além do aumento do movimento de consumidores, que temem risco de falta dos itens nas gôndolas.
Na terça-feira (1º), 70% dos supermercados já registravam problemas de abastecimento no país. Segundo a Abras (Associação Brasileira de Supermercados), as regiões mais afetadas eram Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal.
Entre os itens que começam a faltar nas gôndolas estão frutas, legumes, verduras, carnes, frios e laticínios, além de itens de área de mercearia e de padaria. O monitoramento da Abras também identificou uma corrida dos consumidores aos supermercados.
Os alimentos como o leite e derivados, que estavam começando a baixar de preço, agora podem ter uma nova alta por causa da dificuldade que os produtores estão enfrentando para escoamento da produção.