11/07/2022 às 10h30min - Atualizada em 11/07/2022 às 10h30min
Paciente do Rio Grande do Sul é reinfectado por diferentes sublinhagens da variante Ômicron
Gaucha ZH
Um estudo identificou que um paciente do Rio Grande do Sul foi reinfectado por diferentes sublinhagens da variante Ômicron com poucos dias de diferença. O resultado foi obtido no Laboratório de Microbiologia Molecular (LMM) da Universidade Feevale e divulgado nesta terça-feira (5), pela Rede Corona-Ômica BR-MCTI. Conforme o trabalho, duas amostras de um morador de Canoas, de 52 anos, foram colhidas pela Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre. Os estudos mostraram que o homem foi infectado com a linhagem BA.1.1 e reinfectado pela linhagem BA.2. As coletas para os exames ocorreram nos dias 23 de maio e 8 de junho, uma diferença de 16 dias.
— Quando existia algum mecanismo de mitigação, como o uso de máscara, as pessoas se reinfectavam em um período entre 45 e 60 dias, o que não era normal, mas acontecia. Isso demonstra que precisamos tomar cuidado mesmo após ter tido uma infecção porque, dependendo do contexto que estamos expostos, podemos ter uma segunda infecção — afirma o virologista Fernando Spilki, pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão da Universidade Feevale.
Spilki diz não ter conhecimento de um espaço tão curto de reinfecção no país até o momento. No entanto, de acordo com ele, um estudo recente conduzido na Dinamarca mostrou que a BA.2 tem capacidade de reinfectar em um curto intervalo, de 20 a 60 dias, após infecções iniciais. O Laboratório de Microbiologia Molecular da Feevale analisou 84 amostras de SARS-CoV-2, coletadas entre outubro do ano passado e junho deste ano. A avaliação demonstra que a Ômicron é predominante desde janeiro deste ano, o que acompanha o cenário mundial da covid-19. Ela é composta pelas seguintes sublinhagens: 21K (BA.1), 21L (BA.2), 22A (BA.4), 22B (BA.5) e 22C ou (BA.2.12.1). A variante Ômicron foi detectada no Brasil algumas semanas após sua primeira descrição na África do Sul, a partir de passageiros que chegaram em São Paulo no fim de novembro de 2021.