O governo do Estado, após reunião do Gabinete de Crise nesta terça-feira (25/1), emitiu Alertas para as 21 regiões Covid do Sistema 3As de Monitoramento, responsável pelo gerenciamento da pandemia no Rio Grande do Sul. A decisão foi tomada com base na piora dos indicadores, algo já visto também na semana passada. Os Alertas são consequência do aumento de casos de Covid-19 e do aumento de internações em leitos clínicos e de UTI nas regiões. Antes da semana passada, o último Alerta foi emitido em 10 de novembro para a região de Pelotas.
Em 19 de janeiro, o Gabinete de Crise emitiu Alertas para as regiões de Canoas, Capão da Canoa, Caxias do Sul, Erechim, Lajeado, Novo Hamburgo, Passo Fundo, Pelotas, Porto Alegre, Santa Maria, Santa Rosa e Uruguaiana. Nesta terça-feira (25/1), foram mantidos os Alertas diante do deterioramento dos indicadores nessas regiões e emitidos novos Alertas às regiões de Bagé, Cachoeira do Sul, Cruz Alta, Guaíba, Ijuí, Palmeira das Missões, Santa Cruz do Sul, Santo Ângelo e Taquara.
"Estamos em um nível de preocupação alto devido ao aumento de casos e de internações. Também estamos trabalhando para dar a cada uma das regiões esse devido entendimento, para que possam conscientizar a população e tenhamos a capacidade de reduzir a velocidade da transmissão e assim diminuirmos o número de casos. Estamos em um período de maior circulação de pessoas entre as regiões, então, entendemos que o Alerta vale para todas", afirmou o governador Eduardo Leite, que liderou a reunião do Gabinete de Crise.
Como resultado dos 12 Alertas emitidos em 19 de janeiro, o Gabinete de Crise recebeu os planos de Ação das regiões, que apontaram que intensificariam a fiscalização da obediência aos protocolos obrigatórios e recomendados e obrigatórios e ampliariam o horário de atendimento da estrutura de saúde, entre outras medidas. Além disso, muitas das regiões determinaram o cancelamento de eventos de grande porte.
A equipe técnica do Grupo de Trabalho (GT) Saúde observou que, nesta terça-feira (25/1), foram registrados no sistema da Secretaria da Saúde (SES) 19 mil novos casos de Covid-19 e 50 óbitos pela doença. Um número tão elevado de óbitos registrado em um mesmo dia não era visto no Rio Grande do Sul desde 17 de novembro.
Desde o início do ano, percebe-se um aumento expressivo no número de casos diários, que passaram de cerca de mil para 16 mil. Além disso, apenas nos últimos sete dias, a média móvel de casos confirmados aumentou 67%. Com esse salto, a incidência semanal alcançou mil casos por 100 mil habitantes, o que representa 1% da população gaúcha com caso positivo registrado na última semana. Nas regiões de Capão da Canoa e Santa Rosa, a incidência semanal supera 1,5 mil casos por 100 mil habitantes.
A taxa de ocupação das UTIs no Estado, por sua vez, está em 60,9%, um aumento de 13 pontos percentuais em 2022, considerando que a taxa era de 48% na virada do ano. Além disso, o número de internados, entre suspeitos e confirmados, aumentou em 697 somente nesta semana, sendo 575 em leitos clínicos e 122 em UTI.
O número de internados em leitos clínicos, entre suspeitos e confirmados, é de 1.580, 57% superior aos dados da semana passada, e os internados em UTI, entre suspeitos e confirmados, é de 556, 28% superior à semana passada.
O aumento de casos observada no Rio Grande do Sul também ocorreu e segue acontecendo em diversos países, com máximas históricas. Alemanha, Argentina, Espanha, Estados Unidos, França, Itália, Paraguai, Portugal, Reino Unido e Uruguai, entre outros, recentemente apresentaram aumento de pessoas que contraíram o coronavírus.
Alguns destes países, como Espanha, Estados Unidos, Itália e Reino Unido, interromperam o crescimento das curvas de contágio nas últimas duas semanas. Chama atenção o caso da Alemanha que, embora em um primeiro momento tenha conseguido reduzir o contágio, voltou a apresentar elevação desde o início do ano.
Também no Brasil, diversos Estados passam por um aumento recente em níveis até então não alcançados. Embora o reflexo sobre os óbitos seja proporcionalmente inferior a outros momentos da pandemia, houve elevação da taxa de mortalidade em todos os países citados.
Texto: Suzy Scarton
Edição: Vitor Necchi/Secom