A Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul divulgou na manhã desta segunda-feira os indicadores de criminalidade que apontaram elevação de alguns crimes no mês de novembro. Feminicídio, roubo de veículos e ataques a banco tiveram aumento no mês de novembro deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado.
Crime contra a vida que resiste a seguir a tendência dos demais indicadores, o feminícidio contabilizou em novembro uma vítima a mais que as seis registradas no mesmo mês em 2020 (16,7%). No resultado acumulado de janeiro a novembro, o número de feminicídios também registra alta, de 73 vítimas naquele período do ano passado para 90 neste ano (23%).
Entre as sete mulheres assassinadas por motivo de gênero em novembro, apenas uma tinha registro de ocorrência anterior contra o agressor. O dado reforça, mais uma vez, a urgência de conscientização social para que as denúncias de abuso e violência doméstica sejam comunicadas às autoridades aos primeiros sinais, de forma que seja possível adotar medidas para romper o ciclo de violência antes que ele se conclua com a morte da vítima.
Já o indicador de roubo de veículos encerrou novembro 7,7% acima do registrado no mesmo mês de 2020. Foram 406 ocorrências contra 377 do ano passado. Ainda assim, o total atual se mantém muito abaixo de qualquer outro já registrado para o mês na série histórica. O número de roubos de veículos somados desde janeiro baixou 38,7%, de 7.398, no ano passado, para 4.534 neste ano – o menor total já registrado para o período desde que teve início a contabilização, em 2002.
A ocorrência de quatro ações para arrombamento de caixas eletrônicos ou subtração de objetos do interior de agências e correspondentes bancários no Estado fez se elevar a estatística de ataques a banco no RS em novembro. Somado ao único roubo registrado no mês, os quatro furtos fizeram passar de um para cinco o total de casos, na comparação com 2020 (400%).
Na ocorrência de roubo, praticado contra uma agência bancária no município de Novo Hamburgo, no dia 3 de novembro, um suspeito foi preso em flagrante pela Brigada Militar quando saía do local. Com ele, foram apreendidas duas armas de fogo, uma delas subtraída de um vigilante do estabelecimento. Nas demais quatro ações, nenhuma teve a presença de vítimas ou emprego de violência e grave ameaça. A primeira ocorreu em Porto Alegre, no dia 8 de novembro, e acabou na prisão de três suspeitos. Abordado pela BM, o trio admitiu ter arrombado a porta de vidro de uma agência no Centro da Capital e levado cinco computadores, com os quais ainda estavam quando foram detidos.
Outros dois casos ocorreram no dia 23 de novembro. Em Pelotas, o gerente de uma agência registrou ocorrência após verificar, quando chegava ao trabalho, que um caixa eletrônico havia sido danificado em uma tentativa frustrada de arrombamento durante a madrugada. Em Novo Hamburgo, também durante a madrugada, foi arrombado um terminal eletrônico no interior de uma tabacaria, que funciona como correspondente bancário e foi invadida pelo telhado.
O quarto furto ocorreu na Capital, no último dia 28. Outro gerente de agência comunicou às autoridades que a porta principal do estabelecimento e divisórias internas haviam sido arrombadas durante a madrugada. Do local, foram levadas apenas conexões metálicas de mangueiras dos hidrantes.
O número de latrocínios no Estado em novembro apresentou queda de 83,3% em relação ao mesmo mês de 2020, passando de seis casos para um em todo o período. Além de ser o menor total desde que teve início a contabilização desse delito, em 2002, a marca representa uma retração de 94,1% na comparação com o pico da série, em 2006, quando 17 pessoas perderam a vida em assaltos.
O único roubo com morte do mês ocorreu no último dia 23, no município de Sapiranga. Um homem que havia recebido uma quantia em dinheiro de um sindicato profissional foi encontrado caído em via pública, sem os valores e com sinais de agressões na cabeça. Ele chegou a ser socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) até o Hospital de Sapiranga e, depois, transferido para o Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Canoas, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu no dia seguinte.
O registro desse único caso em novembro também acentuou a retração dos latrocínios no cenário acumulado desde janeiro. Em 11 meses, o Estado soma 52 roubos com morte, 18,8% menos que os 64 ocorridos no mesmo período do ano passado. É também o menor total da série histórica e equivale à retração de 67,1% quando comparado com o pico de 158 mortes em assaltos, em 2016.
O Rio Grande do Sul também teve menos mortes violentas pelo crime de homicídio em novembro, comparado com igual mês de 2020. A queda foi de 4,1%, passando de 122 para 117 vítimas – o menor total da série histórica desde 2006, segundo ano de contabilização. Em relação ao pico, de 257 assassinatos ocorridos em novembro de 2016, o total atual representa uma retração de 54,5% ou 140 mortes a menos. A leitura é semelhante no acumulado de 11 meses. Na comparação de períodos entre 2020 e 2021, houve retração de 15%, passando de 1.672 vítimas de homicídio para 1.421 – o que significa a preservação de 251 vidas de um ano para o outro. A soma atual de óbitos de janeiro a novembro é também a menor desde 2006 e equivale à queda de 48,1% frente ao pico da série, com 2.737 assassinatos em 2017.
Os resultados de outros dois crimes patrimoniais simbolizam como a redução da criminalidade tem acontecido no Estado tanto na cidade quanto no campo. Seja na leitura isolada de novembro ou no cenário acumulado de 11 meses, a comparação com os mesmos períodos do ano passado mostra que os roubos a transporte coletivo, típicos do ambiente urbano, e os abigeatos, característicos do meio rural, estão no menor patamar desde que teve início a contagem desses tipos de crimes no Rio Grande do Sul.
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