18/06/2021 às 19h46min - Atualizada em 18/06/2021 às 19h46min

77% dos jovens do Programa Bolsa Juventude Rural investem o que ganham na propriedade

Os dados do programa Bolsa Juventude Rural da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) impressionam: 1.735 jovens atendidos, 2.036 bolsas disponibilizadas e 569 escolas atendidas em 491 municípios de 2013 a 2020 (pode haver repetição de contemplados). “E temos potencial para atingir mais municípios e atender mais jovens”, destaca a coordenadora do programa e chefe da Divisão de Políticas Públicas para Jovens, Mulheres e Idosos, Emanuelle Magiero. Um dado se destaca: quase 80% dos jovens aplicam o recurso da bolsa diretamente no projeto produtivo.

De 2017 para 2018, houve um aumento de 142% na procura dos jovens pelo programa, passando de 327 para 793. Em 2018, a procura cresceu 45%, chegando a 1.152. Em 2020, o aumento foi de 1,5%, totalizando 1.169. “O programa tem procura, interesse e potencial para ampliar ainda mais”, destaca Emanuelle.

O levantamento mostra que o maior desafio é o preenchimento correto da documentação exigida pelo edital. Entre os inabilitados para o programa, 40% não apresentaram corretamente a documentação pessoal e da família, 25% tiveram problemas com a documentação da escola, 19% tiveram algum erro no preenchimento ou falta de assinatura no pré-projeto e 16% apresentaram problemas na Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP/Extrato). Estes percentuais demonstram a necessidade de conhecimento do programa e do edital por quem auxilia o jovem, para que o mesmo apresente corretamente a documentação.

Os dados também revelaram que 77% dos jovens investem o valor da bolsa diretamente no projeto produtivo, 18% utilizam no projeto produtivo e para uso pessoal e 5% apenas para uso pessoal. “Estes números mostram que o programa está cumprindo um dos seus principais objetivos que é garantir a sucessão rural, já que os jovens utilizam os recursos que recebem para investir no seu projeto, na sua propriedade”, destaca Emanuelle.

Os dados foram apresentados na quinta-feira (17/6) durante o 1º Seminário Estadual do Bolsa Juventude Rural, que ocorreu de forma virtual. Mais de 300 pessoas, entre estudantes, dirigentes de escolas e extensionistas da Emater, participaram de diferentes regiões do Rio Grande do Sul.

A secretária Silvana Covatti participou do evento e falou para os jovens sobre a importância do Bolsa Juventude Rural. “Este programa incentiva o jovem a ter o seu ganho, a continuar os estudos e ter aquele preparo para estar e permanecer na propriedade”, disse. E garantiu seu empenho em buscar recursos para trazer mais jovens para o programa.

O presidente da Emater-RS/Ascar, Geraldo Sandri, destacou que a sucessão rural é um dos grandes focos da instituição. Salientou ainda que a melhoria das condições do homem no campo, o desenvolvimento de novas tecnologias e a melhoria dos preços agrícolas estão atraindo cada vez mais pessoas a permanecerem no campo.

Exemplos do programa

A diretora da Escola Estadual Liberato Salzano, Rosicler de Carli, do município de Liberato Salzano, diz que a escola participa desde 2018, com 34 jovens. São 11 jovens do colégio e 23 da Escola Estadual Indígena. “Mesmo durante a pandemia, criamos grupos de whatsapp para estimular os alunos a participar do programa”, revela. Ela citou o exemplo de um bolsista da escola que comprou sementes para pastagens dos bovinos de leite para a sua propriedade e um notebook para agilizar o processo.

A técnica Fernanda Gilli, da Emater de Cidreira, realiza um trabalho de extensão de orientação, divulgação, apoio e colaboração junto aos jovens. “Nós acompanhamos todas as etapas do processo, identificando o potencial dos jovens no desenvolvimento do projeto produtivo”, descreve. O município tem pescadores artesanais, pecuaristas familiares, apicultores, indígenas e quilombolas.

Alisson Dalamaria, 21 anos, de São Domingos do Sul, participou do programa em 2017. Na época, comprou um notebook que permitiu fazer os cálculos necessários para melhorar o investimento na propriedade. Hoje trabalha no cultivo de grãos, principalmente milho e soja. “Sempre tive gosto pela agricultura, pela produção de grãos, e pretendo cursar Agronomia para me capacitar mais e buscar mais conhecimento”, projeta.

A estudante Micheli Motter, de 17 anos, cursa o terceiro ano da Escola Estadual de Ensino Médio Nossa Senhora de Lourdes, de Três Arroios, e foi contemplada com uma bolsa do programa. Ela mora com os pais numa propriedade de 12,3 hectares onde a família planta milho e soja e cria bovinos e ovinos. Micheli acredita que a bolsa estimula a pensar a propriedade e a desenvolver novas formas de atuação.

Governo RS


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