A Polícia Civil de Santa Catarina concluiu o inquérito do caso do ataque à creche Pró Infância Aquarela, em Saudades, que deixou três crianças e duas professoras mortas no último dia 4, além de um bebê de 1 ano e 8 meses que sobreviveu. O autor de 18 anos foi indiciado por cinco homicídios triplamente qualificados e uma tentativa de homicídio.
O delegado Jerônimo Marçal, responsável pela investigação, afirmou que o acusado pretendia matar o maior número de pessoas possível e tinha pressa. Naquela manhã, foi trabalhar normalmente e chegou à creche às 9h50. “Ele agiu sozinho e consciente do que fez o tempo todo. Planejou a ação desde o ano passado. Ele tem que ser responsabilizado pelos crimes graves, cruéis que cometeu no dia 4”, ressaltou o delegado.
As autoridades policiais evitaram dar detalhes do depoimento dado pelo acusado, mas afirmaram que o jovem confessou o crime. O autor do atentado é descrito como uma pessoa isolada e de difícil relacionamento, acima do normal. Ele não comprava as próprias roupas e nem fazia refeições com a família. Nos últimos meses, teve contato pela internet com materiais violentos e pessoas da mesma índole.
“Alimentou um ódio generalizado e descarregou a raiva em pessoas que não tinha nada a ver com ele. A primeira ideia seria a escola, pessoas com quem convivia, mas como não conseguiu uma arma, achou que não daria conta da ação com uma arma branca”, revelou Jerônimo Ferreira.
A arma usada no ataque foi comprada pela internet e chegou à casa do autor cinco dias antes do crime. Segundo o delegado regional, Ricardo Casagrande, após o episódio e análise de materiais apreendidos, houve troca de informações entre as polícias de quatro estados do país com o objetivo de impedir ações semelhantes. Houve também colaboração do FBI.
No último dia 4, o suspeito chegou de bicicleta à creche Pró Infância Aquarela em Saudades. Com uma catana, espécie de espada ninja, matou os bebês Sarah Luiza Mahle Sehn, de 1 ano e 7 meses, Murilo Massing, de 1 ano e 9 meses, e Anna Bela Fernandes de Barros, de 1 ano e 8 meses, a professora Keli Adriane Anieceviski, de 30 anos, e a agente educativa Mirla Renner, de 20 anos.
“Muito sangue. É uma cena de terror, de horror. Fiquei muito abalada”, afirmou a secretária de educação Gisela Hermann ao R7 na ocasião.
Após a chacina, o autor tentou suicídio, foi encaminhado a um hospital em Chapecó e teve alta na quarta-feira (12). O acusado está no Presídio Regional de Chapecó e já teve a prisão preventiva decretada pela Justiça. Ele permanece isolado dos demais presos.
Segundo o delegado regional, Ricardo Casagrande, o interrogatório durou cerca de uma hora: “Ele tinha o direito de permanecer em silêncio, mas decidiu responder todas as perguntas”. O conteúdo ainda não foi divulgado. Até o momento, não há uma confirmação do motivo do ataque e já se sabe que o autor não tinha relação com o estabelecimento de ensino.