Todos os 497 municípios gaúchos serão contemplados já na largada do programa de imunização contra o coronavírus no Estado.
Mesmo as menores cidades terão direito a uma quantidade mínima de imunizantes para atender profissionais de saúde que trabalham em Unidades Básicas de Saúde (UBS) de referência para casos suspeitos ou confirmados de covid-19.
Conforme o plano da Secretaria Estadual da Saúde (SES), nesta etapa inicial da campanha de imunização, que conta com 6 milhões de doses da CoronaVac para todo o país, não será aberta vacinação em postos de saúde para a população em geral. Serão contemplados profissionais de saúde na linha de frente do combate à pandemia, idosos e pessoas com deficiência internados em instituições e indígenas em aldeias.
Os números mais recentes estimados pelo governo estadual divergem um pouco daqueles previstos anteriormente em planilha pelo Ministério da Saúde. Segundo as contas do Piratini, serão imunizados neste primeiro momento 122.914 profissionais de saúde (o governo federal apontava pouco mais de 138 mil), 30.111 idosos com mais de 60 anos ou pessoas com deficiência em lares de longa permanência e 15.055 indígenas, totalizando 168.080 beneficiados (a União estimava um público-alvo total de 162,7 mil). Os números ainda podem ser calibrados ao longo dos próximos dias.
— Estamos detalhando as regras para que cada central regional avalie, pelos critérios que serão gerais para todos, quanto terá de dispor para cada um dos municípios da sua área. A partir disso, teremos o número a ser distribuído para todas as 497 cidades do Estado. Esperamos que a entrega esteja concluída até quarta-feira — afirma a chefe da Vigilância Epidemiológica do Centro de Vigilância em Saúde (CEVS), Tani Ranieri.
Tani explica que o lote a ser encaminhado ao Estado com 341,8 mil doses prevê a primeira aplicação e o reforço a ser injetado entre duas a quatro semanas depois — ou seja, seriam suficientes para 170,9 mil gaúchos. Darão conta dos 168 mil previstos e deixarão uma pequena margem de segurança de 2,8 mil doses.
— Como quem toma uma primeira dose de uma vacina não pode tomar a segunda de outro laboratório, a gente vai aplicar a primeira da CoronaVac e já deixar reservada a segunda, para não correr risco — explica a chefe da Vigilância.
Os grupos prioritários foram definidos com base em dois critérios principais: risco de exposição ou de agravamento da doença em caso de contaminação. Conforme o plano estadual, os imunizantes serão encaminhados aos locais de trabalho dos profissionais de saúde, às aldeias indígenas e às instituições de longa permanência.
— Os aplicadores que forem até esses locais e quem cuida das pessoas internadas também serão atendidos neste primeiro momento. Lembro que é apenas a fase inicial, e tivemos de priorizar conforme a disponibilidade — acrescenta Tani.
O governo do Estado ainda não sabe quando chegarão novas remessas de vacinas para dar continuidade ao programa no RS e abrir a campanha para a população em geral, com oferta das doses em postos de saúde, por outros critérios como as faixas etárias mais elevadas.