11/01/2020 às 01h51min - Atualizada em 11/01/2020 às 01h51min

Neil Peart, baterista da banda canadense Rush, morre aos 67 anos

Músico estava lutando contra um câncer no cérebro; banda confirmou a morte em comunicado oficial

O baterista e compositor da banda Rush, Neil Peart, morreu na última terça-feira (7), em Santa Monica, Estados Unidos. O músico de 67 anos lutava contra um câncer no cérebro, diagnosticado há três anos. A informação foi divulgada no fim da tarde desta sexta-feira (10) pela revista Rolling Stone, após a confirmação do porta-voz da família de Peart, Elliot Mintz. Pouco tempo depois, o Rush publicou um comunicado oficial em suas redes sociais.

"É com corações partidos e profunda tristeza que nós compartilhamos a terrível notícia de que na terça-feira nosso amigo, "irmão de alma" e integrante de banda por mais de 45 anos, Neil, perdeu a impressionante e brava luta de três anos e meio contra o câncer no cérebro (glioblastoma). Nós pedimos aos amigos, fãs e imprensa que respeitem a necessidade de privacidade e paz da família", diz um trecho.

A nota ainda fala sobre doações para instituições que lutem contra o câncer. "Aqueles que desejem expressar suas condolências podem escolher um grupo de pesquisa de câncer ou instituição de caridade de sua escolha e fazer uma doação em nome de Neil. Descanse em paz, irmão", finaliza o texto.

Trajetória

Peart nasceu em 12 de setembro de 1952, em Ontario, no Canadá, e aos 14 anos começou a estudar bateria. Após ter participado de alguns grupos na adolescência, ele se uniu ao Rush em 1974. A banda havia sido formada pelo guitarrista  Alex Lifeson em 1968; o baixista e vocalista Geddy Lee entrou para a formação no mesmo ano. Foi a partir da chegada de Peart que o Rush se consolidou como um dos grupos mais reconhecidos do rock. Além da contribuição como baterista, ele compôs algumas das músicas do trio. Suas letras são marcadas pela inspiração em ficção científica, magia e filosofia.Ele era considerado um dos maiores bateristas da história do rock. Em entrevista à Rolling Stone em 2015, Stewart Copeland - do The Police - afirmou que Peart é o “maior baterista de todos os tempos":

— Neil conduz a banda, que tem muita musicalidade e muitas ideias apareciam em suas apresentações, mas ele sempre mantém o compasso. E ele sempre é capaz de fazer as coisas mantendo tudo perfeito — apontou Copeland. 

A banda se apresentou em Porto Alegre, em novembro de 2002. Com a duração de três horas, o show levou mais de 35 mil pessoas ao estádio Olímpico. Closer to the heart, incluída no repertório especialmente para o Brasil, e The spirit of radio foram algumas das canções que integraram o setlist.

A última passagem do grupo pelo Brasil foi em 2010, quando se apresentou em São Paulo com a turnê Time Machine. Em dezembro de 2015, Peart anunciou sua aposentadoria, e seus parceiros Lee e Lifeson decidiram encerrar as atividades do Rush.

Fora da banda, a vida de Peart também foi marcada por tragédias. Em agosto de 1997, a sua filha mais velha, Selena, morreu em um acidente de carro. Cinco meses depois, a mãe de Selena (com quem Peart foi casado por 23 anos), Jackie, foi diagnosticada com um câncer terminal - que morreu um tempo depois. Ele considerou sair da banda, e iniciou uma viagem solitária de moto cruzando os Estados Unidos. A experiência lhe rendeu um livro chamado Ghost Rider: A Estrada da Cura

Em 2000, ele casou novamente - com a fotógrafa Carrie Nuttall - e retornou ao Rush em 2001. Ele deixa a esposa e a filha Olivia.

Literatura

Peart estreou como autor publicado em 1986, com O Ciclista Mascarado, um relato sobre suas viagens de bicicleta por 11 países da África. Na sequência, continuou publicando, com ênfase em memórias e relatos pessoais sobre a vida itinerante como músico ou sobre experiências traumáticas. 

O já citado Ghost Rider: A Estrada da Cura foi lançado em 2013. Em Longe e Distante (2015), ele faz a crônica dos bastidores das turnês Snakes and Arrows e Time Machine, descrevendo detalhes que observou ao longo das viagens com a banda por cidades ao redor do mundo - incluindo o Brasil - e em outras jornadas de moto. 

Em 2015, ele se lançou pela primeira vez na ficção com Os Anjos do Templo, romance de ficção científica steampunk (que imagina caminhos alternativos para a tecnologia do passado, especialmente a do período pós-Revolução Industrial) escrito em parceria com o escritor Kevin J. Anderson.

Todos já tiveram edição no Brasil pela Belas-Letras.


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