04/11/2024 às 10h32min - Atualizada em 04/11/2024 às 10h32min

Os acertos de Roger, que completa um turno de Brasileirão no Inter nesta terça-feira.

GZH
Ricardo Duarte, Inter / Divulgação

Técnico, que cumprirá 19 partidas no campeonato nacional, fez cinco mexidas na equipe que a levaram para o topo da tabela.Simbolicamente, o jogo de terça-feira (4) entre Inter e Criciúma marcará "um turno" de Roger Machado. Será seu 19º compromisso pelo time no Brasileirão, mas não se configura na prática porque ele chega a esse número graças à recuperação de rodadas atrasadas. Mas detalhes como esse ficam em segundo plano quando se analisa a reviravolta que gerou no time. Ele está a um empate ou vitória de igualar o recorde colorado de série invicta, com 13 partidas seguidas. E essa marca chegou graças a alguns acertos promovidos pelo treinador. A seguir, explicamos.Titularidade de BernabeiO mais claro dos acertos de Roger foi desarquivar Bernabei. Contratado pelo Inter com a autorização de Eduardo Coudet, o lateral-esquerdo jogou apenas uma partida sob comando de seu compatriota. Esquecido no banco, reserva até de Robert Renan improvisado, o argentino apareceu com o novo técnico já em sua segunda partida, contra o Rosario Central. E nunca mais saiu da equipe. São 17 jogos, três gols e quatro assistências. O desempenho o deixa esperançoso para permanecer no clube (seu contrato, de empréstimo, vai até dezembro) e disputar alguma copa internacional.— Estou muito bem aqui, minha família está feliz, as pessoas aqui nos fizeram sentir muito bem. Não sei o que o futuro me reserva e ainda não sei o que vai acontecer. Espero que o clube consiga o que deseja e consiga algo de bom para eles e para mim. Disputar uma copa, a Sul-Americana ou a Libertadores, no ano que vem é o objetivo — declarou ao Jornal Olé."Invenção" de Bruno GomesNo meio do ano, Fabrício Bustos não entrou em acordo para renovar contrato com o Inter, que aceitou vendê-lo ao River Plate. No mesmo período, Hugo Mallo terminou seu vínculo e voltou para a Europa. Igor Gomes não vinha dando resposta esperada (e também acabou saindo). Sem lateral de origem no grupo, Roger "inventou" Bruno Gomes na lateral direita. Volante de origem, o jogador se encontrou pelo lado da defesa, fixou-se na nova posição e ganhou moral. Tanto que o Inter contratou dois laterais, Braian Aguirre e Nathan, e nenhum deles nem sequer ganhou chance.— Falei ao Bruno que ele virou um lateral e dos bons. Na semana perguntei o que faço e ele disse que quer ficar. Então não preciso mexer — disse Roger, em entrevista coletiva.Reposicionamento de Thiago MaiaThiago Maia, originalmente, é primeiro volante. Foi assim que começou a carreira, no Santos, foi campeão olímpico em 2016, transferiu-se para a Europa e voltou ao Brasil, primeiro no Flamengo e agora no Inter. Mas Roger fez uma adaptação. Para não ter de escolher entre ele e Fernando, um mestre da função, usa os dois.Ele adiantou Thiago para a segunda linha do meio-campo, o que ajuda a pressionar a saída de bola adversária. Foi assim que saiu um dos gols contra o Juventude, por exemplo. A dupla de volantes dá equilíbrio ao time.Sequência de Gabriel CarvalhoMaior promessa da base colorada, Gabriel Carvalho estreou com Roger quando ainda tinha 16 anos. Coudet até tinha dado oportunidade, em uma partida, e depois deixou-o no banco. O atual técnico mudou a filosofia. Bancou o menino mesmo com as oscilações normais da idade.Assim, Gabriel Carvalho vinha sendo titular até o confronto com o Atlético-MG, inclusive passando pelo Gre-Nal. Deixou o time contra o Flamengo, mas entrou no segundo tempo. Está criando casca, aprendendo os altos e baixos da carreira.— É um processo natural e faz parte do amadurecimento dele. Faz parte lidar com a frustração de sair do time. Agora precisa seguir trabalhando forte para retomar a posição dele. Quando entrar, ajudar coletivamente o time — explicou Roger.

Borré titular e Valencia no banco

Maior estrela contratada em 2023, Valencia não vinha repetindo as boas atuações do ano passado. Nem no Inter nem na seleção equatoriana. Sem curar direito uma lesão sofrida ainda no Gauchão, o centraoavante claramente tinha problemas físicos. E esse desempenho se refletiu também no ânimo. Roger teve coragem para deixá-lo no banco e sensibilidade para não transformar essa decisão em drama. Assim, Borré se fixou como único atacante. E Valencia, desde a mudança, marcou duas vezes saindo do banco (os gols de empate contra Bragantino e Flamengo). Agora, tenta recuperar espaço e disputar novamente um lugar entre os titulares.


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