25/06/2024 às 11h02min - Atualizada em 25/06/2024 às 11h02min

Por que o Inter tem a melhor defesa do Brasileirão

Time de Eduardo Coudet sofreu apenas cinco gols na competição, apesar das constantes mudanças no sistema defensivo.

GZH
Ricardo Duarte / Inter,Divulgação

Ao todo, já foram escaladas quatro duplas de zaga coloradas diferentes ao longo do Campeonato Brasileiro.

Aos 38 anos, em sua primeira chance em um clube de elite, Fabrício pode bater no peito e dizer que é o goleiro da defesa menos vazada do Brasileirão, em números absolutos. Em quatro partidas na meta colorada na competição, sofreu dois gols. Dono da posição, Rochet disputou cinco partidas e buscou a bola na rede em três oportunidades. Somando tudo, o Inter levou cinco gols em nove jogos. Apesar da verve ofensiva de Eduardo Coudet, é seu sistema defensivo que sustenta a quarta melhor campanha, em aproveitamento, do campeonato que é o maior objetivo da temporada do clube.A sustentação do sólido desempenho defensivo começa pela abundância de opções disponíveis. Ao contrário do ataque, onde os desfalques se proliferam, na defesa o treinador colorado realiza um rodízio de nomes. De uma partida para outra no Brasileirão, a primeira linha do time nunca foi repetida. Nem mesmo o miolo de zaga é duplicado de um confronto para o seguinte.Ao todo, foram escaladas quatro duplas de zaga diferentes. Vitão e Fernandão, titulares na vitória sobre o Grêmio no sábado (22), atuaram juntos três vezes e sofreram apenas um gol. Em quatro jogos, Vitão se posicionou ao lado de Mercado, em jogos em que o time sofreu três gols. Coudet também montou sua defesa com Vitão e Robert Renan e com Igor Gomes e Fernando.Estendendo a análise para toda a linha de defesa, Bustos, Vitão, Fernando e Renê formaram o sistema ofensivo mais utilizado, colocados em campo em três jogos, inclusive no Gre-Nal.Analista tático, Gabriel Corrêa ressalta que o Inter deixou de ser o time de uma nota só, mudando de postura após a retomada dos jogos da equipe.

Acredito que o Inter ter a melhor defesa do Brasileirão diz muito sobre a equipe estar bem aplicada na marcação, seja em bloco alto, como antes da parada, e, neste momento, após o retorno, em bloco médio-baixo. Além disso, como geralmente tem buscado ter a posse enquanto busca o resultado, tenta afastar o adversário da sua área. Por outro lado, com o resultado, fecha muito bem os espaços com defensores de características de duelo aéreo, proteção à área e contra-ataque perigoso.

Compactação

A alternância de postura não muda a intensidade característica dos times de Coudet. Os adversários colorados sequer trocam, em média, três passes seguidos. O índice é de 2,8 passes trocados a cada posse. A média colorada neste índice é de 5,1, de acordo com a plataforma Wyscout.

O Inter tem a melhor defesa por conta de uma bem-sucedida composição de zaga central com eficiente proteção do volante logo à frente. Mas a defesa começa na entrega dos homens de frente para dificultar a saída de bola do adversário. Mesmo quando não brilha, o Inter é um time compacto com setores próximos. O efeito é uma defesa segura — avalia Maurício Saraiva, comentarista do Gre-Nal na RBS TV.A compactação se mostra na distância dos passes trocados pelos jogadores do Inter. Apenas 8,7% deles são longos. Como consequência, o oponente fica mais esticado em campo. Os adversários que enfrentam o time de Coudet usam o recurso da bola longa em 15,3% dos passes que tentam.

O escudo à frente da área se mostra eficiente. A distância média das finalizações contra os colorados é de 19,5 metros — a grande área tem 16,5m de comprimento. São permitidos 7,9 arremates no gol colorado a cada 90 minutos no Brasileirão, sempre com dados do Wyscout.

Quando o Coudet fala sobre competir, é isso. Não vai ter o jogo mais vistoso, mas vai ter um time que compete dentro de campo — opina Corrêa.

A rotina de trocar os nomes e manter a eficiência será testada nesta quarta-feira (26), contra o Atlético-MG. Bustos e Fernando cumprirão suspensão.

As duplas de zaga no Brasileirão

Vitão e Fernando: três jogos, um gol sofrido

Vitão e Mercado: quatro jogos, três gols sofridos

Vitão e Robert Renan: um jogo, um gol sofrido

Igor Gomes e Fernando: um jogo, nenhum gol sofrido


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