O Inter ganhou fôlego importante para as decisões que terá na semana pela Sul-Americana. Ao vencer o lanterna Cuiabá, por 1 a 0, manteve a escrita do time adversário, que não fez ponto nem marcou gol no campeonato, e quebra o folclore de doar pontos a rivais em má fase.
Agora, terá pela frente o Tomayapo na Bolívia e o Delfín-EQU no Alfredo Jaconi. Precisa somar quatro pontos para ir ao playoff contra um terceiro colocado da Libertadores (ou três, se ganhar dos equatorianos e tirar diferença no saldo de gols). Esse caminho poderá ser conhecido na segunda-feira, 13h, quando haverá os sorteios das competições continentais.
Pelo Brasileirão, o jogo contra o Cuiabá era válido pela sétima rodada, apesar de ser a quinta partida colorada no campeonato. E com a vitória que saiu graças a um bom segundo tempo, e ao gol de Hugo Mallo, somou 10 pontos em 15 disputados, ocupando a oitava posição na tabela.
— Estou feliz pelos jogadores, uma vitória em um campo difícil. Mais do que estratégia, mais do que tudo, falta ritmo. Vocês sabem, para ter ritmo precisa de uns quatro, cinco jogos. Acho que vamos melhorando com o tempo — disse Coudet.
A formação escolhida, com Alan Patrick no banco, Valencia e Borré de titulares, teve uma explicação relacionada à Copa América. Os dois atacantes estarão a serviço de suas seleções pela competição. Serão desfalque nos jogos da Sul-Americana e em ao menos sete rodadas do Brasileirão, além da partida de ida da Copa do Brasil contra o Juventude. Disse Coudet:
— Vamos ter um calendário muito apertado e precisamos que todo o grupo tenha ritmo. É o caso de Alan Patrick. Entendo a importância dele para o clube e vamos utilizá-lo muito. Mas a intenção foi usar os dois jogadores que vão sair para a Copa América. Foi egoísta, admito. Agora precisamos adquirir ritmo e isso só conseguimos jogando.
Ainda sobre o jogo contra o Cuiabá, o Inter reclamou muito da arbitragem. Para o vice de futebol Felipe Becker, houve erros ao anular o pênalti marcado no campo para os colorados, ao não expulsar Eliel e Ramon, do Cuiabá, por faltas em Rochet, Borré, Mallo e Aránguiz. Criticou a CBF por ter escalado um árbitro estreante em Série A:
— O Inter não é laboratório de arbitragem. Vamos tomar as providências necessárias para que isso não ocorra mais.
Ao citar "laboratório", lembrou que a partida entre Inter e Atlético-GO, na qual o time gaúcho se sentiu prejudicado por um pênalti não marcado, foi apitada por um quinteto feminino.
— Escalaram uma equipe estreante feminina. Nada contra a capacidade delas, mas foi a primeira vez. Não é por ser mulheres, é que foi um laboratório, fazer um teste no nosso jogo — completou.
Polêmica de dirigentes à parte, Coudet reforçou a importância que o Inter dá à Copa Sul-Americana. O técnico disse:
— A derrota pro Belgrano doeu muito, porque temos o compromisso de dar alegria ao torcedor nesse momento difícil. Vimos que o nível do Guaíba está baixando, melhorar nossa situação em Porto Alegre. Quero lembrar que não estamos eliminados de nenhuma competição.
O Inter viaja a Bolívia e depois retorna ao RS. Seu jogo contra o Delfín, que definirá a vaga, ocorrerá em Caxias do Sul.