16/05/2024 às 10h17min - Atualizada em 16/05/2024 às 10h17min

Como prevenir doenças relacionadas a enchentes? Universidade de Caxias do Sul lança guia de saúde

Gaucha ZH
O contato com a água das enchentes é perigoso e pode causar contaminação por diversas doenças. Além disso, o acúmulo de lixo e entulhos pode propiciar criadouros do mosquito da dengue e atrair animais peçonhentos. Pensando nisso, a Universidade de Caxias do Sul (UCS) lançou um guia de saúde (confira o material completo no fim da reportagem) para alertar a população sobre os cuidados básicos na vida após a catástrofe climática.
O material é assinado por docentes da UCS e conta com apoio da Sociedade Gaúcha de Infectologia, da Sociedade Brasileira de Infectologia e da Sociedade de Infectologia do Estado do Rio de Janeiro. No guia, estão presentes orientações sobre o preparo de alimentos para doação, cuidados necessários ao voltar para casa após as enchentes para prevenir a contaminação por doenças, cuidados com animais e dicas de apoio emocional.
GZH separou algumas orientações da UCS para prevenir a contaminação por doenças mais recorrentes do contato com a água, como leptospirose, hepatite A e hantavirose. No guia completo, há orientações sobre outras patologias.
Cuidados com a saúde
Leptospirose
A doença é transmitida quando ocorre contato entre a urina do rato, presente na água das enchentes, com pequenas feridas na pele humana. Os sintomas iniciais são febre, dor muscular — especialmente nas panturrilhas —, falta de apetite, dor de cabeça intensa e pele amarelada.
O uso de antibióticos ajuda na prevenção da doença, no entanto é preciso verificar a necessidade com um infectologista, orienta o guia da UCS.
Em caso de necessidade de entrar em regiões com água, recomenda-se o uso de botas e roupas emborrachadas.
Hantavirose
Também transmitida pela urina (além de saliva e fezes) de roedores, a doença afeta o sistema cardiopulmonar e pode levar até 60 dias para dar os primeiros sinais. Entre os sintomas, além da febre, estão dores gastrointestinais com diarreia, dificuldade para respirar e dores articulares — especialmente na região lombar e abdominal.
É importante procurar assistência médica no início dos sintomas para evitar complicações graves. Para prevenir a doença, recomenda-se o uso de botas e roupas emborrachadas e a limpeza do local após as enchentes.
Hepatite A
O contágio ocorre a partir do contato com fezes de alguma pessoa já contaminada, o que pode ocorrer com o transbordo de esgotos. Os sintomas típicos são perda de apetite, vômitos, sensação de mal-estar, urina escura e coceira generalizada.
A prevenção começa com a lavagem adequada das mãos após utilizar sanitários ou ter contato com água das enchentes. Também se recomenda a vacinação, método extremamente eficaz.
Cuidados com a casa
Residências que foram inundadas pela chuva devem receber atenção especial para evitar que o local vire refúgio de animais peçonhentos, como cobras, escorpiões e ratos, além de higiene adequada para a prevenir a contaminação no retorno ao local. É importante salientar que o retorno às residências deve ocorrer após a liberação da Defesa Civil.
Utilize botas, luvas e calças para limpar a casa
Evite o contato da pele com a água e a lama
Utilize uma solução com duas xícaras de água sanitária em 20 litros de água para limpar paredes e chão
Não utilize equipamentos elétricos que foram atingidos pela água
Vede buracos entre telhas, paredes e rodapés para evitar a entrada de animais
Apoio emocional
O guia também abrange dicas para o equilibro da saúde mental, tanto para vítimas das enchentes quanto para os voluntários.
Reconheça seus sentimentos: o primeiro passo é aceitar o que você está sentindo. Medo, desesperança, tristeza e ansiedade são comuns em momentos como esse
Busque apoio: não hesite em externar sentimentos e pedir ajuda para amigos, familiares ou profissionais. A conversa é um importante ponto de equilíbrio
Cuide do seu corpo: descansar, além de manter-se hidratado e alimentado, ajuda com o equilíbrio mental. É importante reconhecer limites
Autocompaixão: não se cobre demais
Escute: tenha empatia, escute quem precisar e evite muitas perguntas

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