Mapa reúne endereços de pessoas que precisam de ajuda em cidades da Região Metropolitana, como Canoas, Porto Alegre, São Leopoldo, Eldorado do Sul e Guaíba.
Uma plataforma para pedidos de socorro criada em Passo Fundo, no norte do Estado, já mapeou cerca de 8 mil pedidos de resgates de pessoas prejudicadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Os pedidos de socorro começaram a ser centralizados desde a madrugada de domingo (5) no recurso, que faz o intermédio com voluntários e profissionais que ajudam nos socorros.A arquiteta e urbanista Marina Grando, que idealizou o projeto, conta que tomou a iniciativa de criar um mapa para agrupar todos os pedidos que ajuda que começaram a circular nas redes sociais em meio à alta do nível da água nas cidades afetadas pela chuva no estado, na semana passada. — Dessa forma, orientamos as pessoas para pontos que carecem mais atenção, direcionando a ajuda. Desde então, muita gente também começou a agradecer porque, através do mapa, viram que a família já tinha sido resgatada — conta. Depois da ideia, Marina contou com a ajuda de uma força-tarefa de profissionais com conhecimentos técnicos, desde engenharia de produção até medicina, que auxiliaram no desenvolvimento e funcionamento da plataforma. No processo, voluntários da Região Metropolitana e de outros estados brasileiros, como Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro, trabalham na categorização e atualização dos pedidos de resgate.— Na prática, se tem uma pessoa com um barco em um lugar específico, conseguimos ver o no mapa quem ali perto precisa de ajuda e direcionamos para esse profissional. Passamos os endereços direitinhos e eles vão até lá — explica a arquiteta. Até terça-feira (7), a plataforma recebeu mais de 400 pedidos de resgate em locais que reúnem desde famílias inteiras até funcionários de empresas. Em um único pedido, havia 1,5 mil pessoas, de profissionais que ficaram presas em uma companhia e precisaram de ajuda para deixar o local. Até o momento, a plataforma agrupa, principalmente, as cidades de Canoas, Porto Alegre, São Leopoldo, Eldorado do Sul e Guaíba.
Como participar
Para pedir ajuda, basta responder um formulário online e informar o endereço, a descrição do número de pessoas ou animais, e as formas de estabelecer contatos com essas pessoas. O mapa com os locais de pedidos atualizados pode ser acessado através da plataforma do Google Maps.
Outra plataforma reúne profissionais da saúde
Além da ajuda nos resgates, a tecnologia também ajuda a encontrar profissionais da saúde aptos a auxiliar as vítimas da enchente voluntariamente. Trata-se da plataforma eProHealth, criada no mestrado em Computação Aplicada da Universidade de Passo Fundo (UPF), em parceria com a startup VisionnIT, incubada no Parque Tecnológico da instituição.De acordo com a coluna de Juliana Bublitz, só na segunda-feira (6), foram cadastrados 80 profissionais (entre médicos, psicólogos, enfermeiros e fisioterapeutas) e oferecidos mais de 700 atendimentos às vítimas da enchente.O app registra voluntários de todo o Brasil dispostos a ajudar de forma gratuita os atingidos pela tragédia climática e conecta as duas pontas. Até o momento, são cinco especialidades: clínica médica, pediatria, cardiologia, psicologia e enfermagem.Para utilizar, os interessados precisam apenas baixar a plataforma eProHealth no celular (está disponível tanto para Android quanto iPhone). O agendamento dos horários deve ser feito diretamente no app. Os profissionais de saúde interessados podem fazer contato pelo telefone (54) 99150-3831.