18/04/2024 às 19h06min - Atualizada em 18/04/2024 às 19h06min

OMS alerta que transmissão da gripe aviária ao ser humano é uma ‘enorme preocupação’.

OBSERVADOR REGIONAL
O Globo

A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse, nesta quinta-feira, que a crescente propagação da gripe aviária H5N1 para outras espécies além das aves é uma “enorme preocupação”, inclusive para o ser humano.
Isto continua sendo, acredito, uma enorme preocupação — declarou Jeremy Farrar, diretor científico da organização durante uma entrevista coletiva em Genebra.
A principal inquietação da autoridade é que o vírus H5N1 tem “uma taxa de mortalidade extraordinariamente elevada” entre as pessoas infectadas por contato com animais e está se adaptando para a transmissão entre humanos.Entre o início de 2003 e 1º de abril de 2024, a OMS registrou 889 casos da doença em seres humanos, em 23 países, com 463 óbitos, o que representa uma taxa de letalidade de 52%. Porém, não há ainda registros de disseminação da doença entre seres humanos.Segundo o cientista da OMS, a cepa A (H5N1) virou uma “pandemia zoonótica animal global”. Para Farrar, a “grande preocupação é que, ao infectar patos e galinhas, e cada vez mais mamíferos, este vírus evolua” e justamente desenvolva a “capacidade de passar de humano para humano”.Um caso que gerou preocupação foi o anúncio, no início de abril, da detecção de um caso de gripe aviária em uma pessoa infectada por uma vaca leiteira no Texas, Estados Unidos. Quando chega à população de mamíferos, está se aproximando dos humanos”, disse Farrar. “É realmente preocupante.”O diretor da divisão científica da ONU pediu o reforço da vigilância e dos registros da doença. Explicou que é muito importante saber quantas infecções acontecem entre humanos, pois é neste momento que pode acontecer uma adaptação do vírus.
É uma coisa trágica de dizer, mas se eu for infectado com H5N1 e morrer, este é o fim do caso. Se eu circular pela comunidade e infectar outra pessoa, então começa o ciclo — disse.
Farrar mencionou esforços para desenvolver vacinas e tratamentos contra o H5N1 e ressaltou a necessidade de garantir que as autoridades de saúde regionais e nacionais de todo o mundo tenham a capacidade de fazer o diagnóstico da doença.


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