16/04/2024 às 09h25min - Atualizada em 16/04/2024 às 09h25min

Operação desarticula esquema de fraude que envolve documentos de veículos

GZH
ILUSTRATIVA
A Polícia Civil cumpre uma série de mandados de busca, apreensão e prisão contra pessoas suspeitas de adulterar dados de veículos para revendê-los, inclusive com ações em outros Estados. A operação deflagrada nesta terça-feira (16), denominada Kynos, é feita pela 1ª Delegacia de Combate à Corrupção (Decor) do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).

Entre os presos está um servidor do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RS), cuja senha foi utilizada por uma quadrilha especializada em fraudes envolvendo documentação automotiva. A investigação constatou falsificações de documentos públicos e particulares, clonagem de veículos e estelionatos de vários tipos, praticados por uma facção criminosa com base em Porto Alegre. No caso do funcionário do Detran, o crime principal é a violação de sigilo funcional. A suspeita é de que ele tenha fornecido informações privilegiadas à quadrilha.

​Os policiais não revelam os nomes das pessoas que foram alvo da ação, mas a reportagem descobriu que o servidor do Detran que foi preso preventivamente é Diógenes Grubel Kleinubing, chefe da Seção de Depósitos (que abrange os Centros de Remoção e Depósito de veículos apreendidos) e funcionário público de carreira.

A partir dos interrogatórios, os policiais querem descobrir se o próprio servidor usou sua senha ou se ela foi emprestada (ou pirateada por outras pessoas). A reportagem busca o contato com o Detran para a manifestação da autarquia sobre a operação.

São sete ordens judiciais de busca e apreensão em residências e endereços profissionais de investigados, em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Um dos mandados é cumprido na sede do Detran (Rua Washington Luiz, 904, centro da Capital). O número de ordens de prisão não foi revelado, para não prejudicar as investigações. Uma das prisões atinge um homem que já está preso, na Penitenciária Estadual do Jacuí (PEJ). Ele é apontado como falsificador, especializado em clonar veículos. Outros quatro alvos da operação desta terça-feira estão envolvidos na venda de carros e de peças na Região Metropolitana, todos com antecedentes criminais.

A suspeita é que esses criminosos tenham convencido o funcionário do Detran a "esquentar" (legalizar) veículos em situação irregular, providenciando dados com uso de senhas de acesso restrito ao departamento que fiscaliza o trânsito no Rio Grande do Sul.

Conforme o delegado Max Otto Ritter, da Decor, as investigações tiveram início a partir dos desdobramentos da Operação Gravataí Papers II, desencadeada pela Delegacia de Polícia de Repressão dos Crimes Carcerários em 2022. Na ocasião, os policiais civis prenderam 11 pessoas envolvidas em falsificações e estelionatos contra mais de 200 vítimas. Entre os golpes estava o anúncio de carros à venda, em sites, por preços abaixo dos praticados no mercado. Só que toda a documentação do veículo era falsificada. Quando a vítima ia retirar o automóvel, descobria que era roubado ou furtado e que os documentos tinham sido adulterados.

Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp