Jefferson Botega / Agencia RBSO presidente Alessandro Barcellos lamentou a eliminação:— É um sentimento de indignação e de vergonha. O trabalho vem sendo feito, o torcedor tem apoiado. Não poderíamos ter sido eliminados. Ainda trabalhamos emocionalmente para levantar uma temporada que tem pela frente com um grupo em que acreditamos que vai nos trazer, necessariamente, alegrias. Temos de entender o que aconteceu e tirar lições desta desclassificação para reverter esse sentimento nas competições que teremos pela frente.
O abatimento de Coudet na entrevista era evidente. O treinador lamentou a forma como a equipe não conseguiu superar a marcação do oponente:
— No primeiro tempo aceleramos muito na construção, o adversário teve seus méritos, encaixou bem não deixar progredir no jogo e que teve pouco tempo de bola rolando. Vínhamos de 10 vitórias seguidas, empatamos dois jogos e caímos nos pênaltis. A dor que sentimos é a de não poder dar a alegria de ir à final. A torcida nos apoiou. O ambiente estava tão bom que aceleramos demais. Saímos bem no segundo tempo, empatamos e tivemos chances de passar à frente, mas tudo ficou difícil depois da expulsão.
Mauricio foi quem levou o cartão vermelho, pouco antes dos 30 minutos do segundo tempo. Com um a menos, foi ainda mais complicado. Mas o que vai para a história é a cobrança de pênalti de Robert Renan. A cavadinha que ficou nas mãos do goleiro do Juventude já tinha entrado em outra oportunidade, na Rússia, cobrando pelo Zenit.
— Não sabia que ele tinha cobrado o pênalti assim na Rússia. Na lista que passamos para chutar, passamos até o sexto cobrador, que era Bruno. Depois viria quem estivesse. Mas não quero dar essa responsabilidade a um menino de 20 anos. Não falei com ele depois. O tema, agora, é não ter chegado à final depois de ter trabalhado bem. Sou o responsável. Mas acho que poderíamos ter vencido os dois jogos. Não quero tirar o mérito do Juventude, que fez para estar na final. Mas sinto que ficamos fora por detalhes.
Barcellos ampliou:
— O torcedor tem direito de gerar expectativa. Mas da porta do vestiário para dentro, não. Futebol é muito sério, movimenta milhões. Fizemos o trabalho de estar 100% focados. Mas nas duas partidas vimos um adversário forte, agrupado, dividindo, chegando. E tivemos dificuldades contra o Juventude. Tem méritos do Juventude, importantes. Não vou individualizar, mas já tivemos cobranças. E elas serão maiores ainda. O Inter não pode perder campeonato por detalhe, por algum ajuste que não esteja no nosso controle. Não vamos ficar passando pano. O investimento que o Inter tem precisa ser cobrado. Falei aos atletas: não falta nada no vestiário. Por isso, vamos cobrar o resultado. Temos de agir com transparência. Vamos ter uma temporada de vitórias. Precisamos trabalhar para que essa desclassificação doída signifique um ano muito melhor.
Agora, o discurso vai ser de remobilização. Barcellos prometeu:
— É muito difícil pedir apoio nesse momento. Mas o que faz a força do Inter é a torcida. Dizemos ao torcedor que ele pode ter certeza que, para dentro, nós vamos cobrar. É doído, é ruim dizer isso, mas não podemos fazer terra arrasada. Mas podem ter certeza que esse grupo pode dar a volta por cima e dar alegrias.
E Coudet completou:
— Queríamos muito o título, mas amanhã é outro dia. Continua sendo uma temporada promissora.
