Lucas Uebel / Divulgação Grêmio Agora que o caminho na Libertadores foi traçado, o Grêmio começa a estudar e a conhecer a fundos seus adversários na fase de grupos da Libertadores. O Grupo C contempla rivais com história na competição, como o tetracampeão Estudiantes, mas também um clube em busca do protagonismo na América do Sul, como o chileno Huachipato.
A relação de adversários, incluindo o palco da estreia gremista, termina com o The Strongest e a temida altitude de 3,6 mil metros de La Paz. Desafios que testarão o Tricolor neste começo de busca pelo quarto título de Libertadores. Confira abaixo um raio-x de cada um dos rivais gremistas.
Montanha como arma
Atual campeão boliviano, o The Strongest tem uma relação conhecida de dependência com a montanha. O clube faz valer o fator local como poucas equipes no mundo. A altitude de 3,6 mil metros é o grande diferencial. Números que ficam evidentes até mesmo nas competições locais.
Nos quatro jogos que fez dentro do Estádio Hernando Siles, em La Paz, o clube venceu três como mandante e empatou uma como visitante contra o Bolívar, com quem divide o campo. São sete gols marcados e apenas dois sofridos.
Jorge Bernal / AFP
Triverio marcou duas vezes contra o Grêmio quando defendia o Toluca-MEX. Jorge Bernal / AF
Além do empate com o Bolívar, são duas derrotas como visitante. A defesa foi vazada 11 vezes e o ataque marcou cinco. Em segundo lugar no Grupo A, com 10 pontos em seis rodadas, o clube está na zona de classificação para os playoffs do Apertura.
— No The Strongest, os jogadores estão apenas assimilando a ideia de jogo do treinador. Essa é uma das causas para ser o time que mais sofreu gols no Campeonato Boliviano. São 13 gols em seis jogos. Uma loucura. Até o momento, nesta temporada, o The Strongest está irregular — diz Cristian Camacho, repórter do portal Deporte Total
O centroavante argentino Triverio, 35 anos, é o artilheiro da equipe na temporada com dois gols.
Força de La Plata
O Estudiantes traz para o Grupo C seu forte histórico na Libertadores. Tetra, a equipe argentino fará sua 17ª participação na Copa. Atual campeão da Copa Argentina, o time treinado por Eduardo Dominguez passou por uma pequena reformulação. Principalmente nas peças ofensivas da campanha de 2023.
Reprodução / Facebook Estudiantes de La Plata
Estudiantes conta com a força do seu estádio. Reprodução / Facebook Estudiantes de La Plata
Os atacantes Mauro Boselli e Rollheiser deixaram o clube. O goleiro Andujar, campeão da Libertadores em 2009, também se despediu no fim de dezembro. Mesmo com a reformulação, a equipe ainda tem no veterano Enzon Pérez, 38 anos, uma de suas figuras centrais. O ex-jogador de River Plate, Benfica, Valencia e da seleção argentina conta com prestígio no clube. Mas quem ocupa a missão de fazer os gols é o uruguaio Mauro Méndez. De peça auxiliar na última temporada, o atacante é o artilheiro da equipe neste ano com cinco gols em oito partidas.
— O Estudiantes é um time forte e lutador. Com tradição. Ele se fortalece em casa jogando em La Plata. Sem dúvida, para o Estudiantes, o Grêmio é o rival mais difícil do grupo — analisou o repórter argentino Federico Sirión.
Um componente a mais para o confronto é que será uma repetição da Batalha de La Plata. Em 1983, o Grêmio de Renato Portaluppi empatou em 3 a 3 com o Estudiantes após ter aberto uma vantagem de 3 a 1.
A equipe argentina conseguiu buscar a igualdade com quatro jogadores a menos e apenas 15 minutos para o fim do jogo. Apesar do resultado, o Tricolor confirmou classificação para a final com o empate entre os argentinos e o América de Cali.
Pela terceira vez
Em sua terceira participação na Libertadores, o Huachipato tenta confirmar o perfil de nova potência do Chile. Campeão chileno de 2023, seu terceiro na história, o clube volta a cruzar com o Grêmio na competição.
Adversários em 2013, Los Acereros se mostraram um rival complicado. Venceram a partida na Arena por 2 a 1, mas o empate em 1 a 1 no Estádio CAP classificou o Tricolor para as oitavas de final.
Huachipato / Divulgação
Cris Martínez é um dos destaques da equipe.Huachipato / Divulgação
— Foi um bom sorteio. Todos os adversários são fortes. As equipes que estão na Libertadores são dificeis. Temos de enfrentar todas as partidas — comentou o zagueiro Benjamín Gazzolo.
Em 2024, no entanto, o Huachipato enfrenta algumas turbulências. Após o título chileno da última temporada, o técnico Gustavo Álvarez trocou o clube pela Universidade do Chile.
O também argentino Javier Sanguinetti foi contratado para conduzir o clube neste ano, mas ainda não conseguiu repetir os melhores momentos recentes da equipe. Em 2024, são cinco jogos, com duas vitórias, um empate e duas derrotas. Marcou cinco gols e sofreu seis. O aproveitamento é de 46,6%.
— O clube contratou um novo treinador após a conquista do título e conta também com alguns jogadores interessantes, como os atacantes Cris Martínez e Sebastián Sáez — afirmou o repórter chileno Patricio Cabello.
O atacante paraguaio Cris Martínez é artilheiro da equipe. O meia uruguaio Gonzalo Montes é o principal articulador do time, enquanto o jovem chileno Maxi Rodríguez, 23 anos, desponta como um dos nomes de maior potencial do grupo.