Ofensivas têm como foco principal a companhia Smart Tecnologia em Comunicações, que estaria direcionando contratações para a instalação de fibra óptica e para a compra de telas interativas com agentes públicosA Polícia Civil e a Polícia Federal (PF) realizam nesta quinta-feira (14) duas operações que apuram crimes licitatórios, entre outros, envolvendo a empresa Smart Tecnologia em Comunicações e as prefeituras de Alvorada e Cachoeirinha. Detalhes do teor das investigações não foram fornecidos pelas polícias. As suspeitas são de direcionamento de contratações para a instalação de fibra óptica e para a compra de telas interativas em suposta combinação entre empresários e agentes públicos.As sedes da Smart, em Lajeado, e das duas prefeituras são alvo de buscas e apreensões, além de outras empresas que atuariam na terceirização de serviços e de casas dos investigados. A Polícia Civil cumpre mandados em Porto Alegre, Viamão, Alvorada, Canoas, Lajeado, Guaporé, Nova Prata, Cruzeiro do Sul, Xangri-lá, Maravilha/SC e Chapecó/SC.GZH apurou que em Alvorada, dois agentes públicos foram presos. São eles: o secretário de Administração, Luiz Carlos Telles Lopes, e o coordenador de Tecnologia da Informação do Executivo, Fernando Maciel. Além de presos, os dois foram afastados do exercício da função pública por ordem judicial. O foco da 2ª Delegacia de Combate à Corrupção da Polícia Civil (2ª Decor) é um contrato de implementação de rede de fibra óptica e de sistema de videomonitoramento em Alvorada. O negócio, que tinha valor inicial de R$ 23 milhões, recebeu aditamentos e chegou a R$ 396,5 milhões, ou seja, uma elevação de 1.700%.A ação da PF — batizada de Operação Rêmora (peixe que pega carona no tubarão) — tem por base um inquérito que apura aquisições de telas interativas feitas por prefeituras gaúchas por meio de adesões à ata de registro de preço. A prefeitura de Cachoeirinha comprou 321 telas ao custo total de R$ 10,2 milhões.Além de crimes licitatórios, a PF investiga desvio de recursos públicos e corrupção ativa e passiva. Os federais cumprem nove mandados de busca e apreensão. A investigação da PF foi aberta ano passado, depois que o Grupo de Investigação da RBS (GDI) publicou uma série de reportagens sobre compras suspeitas feitas pela Secretaria Municipal de Educação (Smed) por meio de adesões à ata de registro de preço.Com a Operação Conexão, a 2ª Decor, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), faz buscas em 17 locais na manhã desta quinta-feira. A Smart é o elo entre as duas investigações. As polícias reuniram indícios de que o investigado Ricardo Giovanella Neto, dono da empresa, atuaria pessoalmente no direcionamento de contratações em seu benefício.