02/02/2024 às 10h04min - Atualizada em 02/02/2024 às 10h04min

Acusados de efetuar mais de 50 tiros para tentar matar jovens em 2013 não irão a Júri popular.

OBSERVADOR REGIONAL
Rádio Uirapuru
O Crime
Quatro jovens foram feridos a tiros na noite de 04 de fevereiro de 2013, no bairro São Luiz Gonzaga. Entre os feridos estavam J.T.S., que à época tinha 22 anos, e três jovens mulheres, sendo elas com idade entre 18 e 20 anos. O crime foi registrado por volta das 22h na Rua São Domingos, próximo ao Presídio Regional de Passo Fundo.
Segundo apurado, no momento em que o grupo de jovens chegava na casa dos pais de J.T. no Bairro São Luiz Gonzaga, um GM/Vectra tripulado por dois homens encapuzados se aproximou e, segundo as investigações, efetuou cerca de 50 disparos contra o veículo C4 Pallas, que era ocupado pelas vítimas; sendo que vários disparos também acabaram acertando a residência dos pais de Jaderson.
J.T. foi atingido por um disparo na perna, uma delas foi alvejada no braço, outra levou quatro tiros que perfuraram pulmões, fígado e estômago; e a mais grave foi atingida por disparos na cabeça que acarretaram estado vegetativo. Após literalmente crivarem o carro das vítimas de balas, os criminosos fugiram rapidamente do local, sendo que o veículo utilizado foi encontrado queimado na BR 285 entre Passo Fundo e Carazinho.
As vítimas, após os fatos, foram socorridas e levadas ao Hospital São Vicente de Paulo e Hospital de Clínicas (HC) para atendimento médico.
À época do crime, a investigação apontou que não restavam dúvidas que o alvo dos disparos era J., que estava na companhia das demais mulheres atingidas, as quais, segundo informações, nada tinham a ver com a situação. O alvo dos criminosos (J.T) e o irmão gêmeo eram apontados como responsáveis por, pelo menos, quatro homicídios desde quando eram menores de idade, bem como em represália pela morte de um homem no bairro Vera Cruz.
Em março de 2020, a vítima C.L.M., a qual estava em estado vegetativo há 7 anos, acabou falecendo.
O processo
Dois homens foram apontados e denunciados pelo Ministério Público como autores dos disparos que vitimaram os jovens naquela oportunidade, sendo eles A.F. e W.F., também moradores do Bairro São Luiz Gonzaga. Ambos sempre negaram participação nos crimes.
Durante todo o processo, inúmeras pessoas foram ouvidas no fórum de Passo Fundo e relataram sobre o ocorrido, entre elas, os jovens sobreviventes.
Na data de ontem, a 1ª Vara Criminal Especializada em Júri de Passo Fundo decidiu que os réus A. e W. não deverão ser levados a júri popular, isso porque, segundo a sentença, os indícios de autoria não estavam suficientemente esclarecidos, e as vítimas relataram que sequer enxergaram os indivíduos que efetuaram os disparos. Ainda, a vítima J.T. teria referido que jamais teve nenhum problema com os réus, e que sabia não serem eles os autores do crime.
Procurado pela reportagem da rádio uirapuru, o advogado Criminalista Fabrício Lorandi Pinheiro, sócio do Escritório Cavalcanti, Pinheiro & Viuniski, responsável pela defesa de A., disse que a decisão foi técnica e justa. Referiu que, além de saber do sofrimento das moças atingidas, que pelas quais sempre teve o maior respeito e solidariedade, pode também ao longo de todos esses anos acompanhar, de perto, o sofrimento de réus que não tinham participação alguma no trágico fato. Segundo o criminalista, é um peso enorme que sai das costas de A, e a partir de agora, poderá seguir sua vida, trabalhando e cuidando de seus filhos. Encerra dizendo que a justiça foi feita.
 
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