19/01/2023 às 19h45min - Atualizada em 19/01/2023 às 19h45min

Mais de 1/4 dos municípios gaúchos já decretou emergência em razão da falta de chuva

Andamento das lavouras de soja preocupa a Fecoagro

Foto: Fecoagro/Divulgação

Passou de 1/4 do total o número de cidades gaúchas que decretaram situação de emergência em função da falta de chuvas. A Defesa Civil estadual já recebeu 128 documentações. Outras dez cidades notificaram prejuízos e devem entregar, em breve, os pedidos de socorro. O Rio Grande do Sul, que enfrenta o quinto ano seguido de estiagem, conta com 497 municípios.

No verão passado, a falta de precipitação começou mais cedo e, no total, 336 prefeitos decretaram emergência. Embora o número atual não chegue a metade desse montante, a perspectiva de um fim de janeiro ainda seco pode fazer com que dezenas de outras cidades tenham de pedir ajuda.

Nesta quinta, subiu para 48 o número de decretos já homologados pelo governo estadual. Já a União reconheceu 34.

Estiagem compromete safra de soja

A estiagem causa perdas para o setor agrícola. No caso da soja, os produtores preveem colheita menor que a de 20,56 milhões de toneladas estimada, inicialmente, pela Emater-RS. De acordo com o presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (Fecoagro/RS), Paulo Pires, quase 100% da área está plantada, mas o andamento dessas lavouras preocupa. “O desenvolvimento da lavoura de soja é muito ruim, nós temos de novo uma área no Rio Grande do Sul muito manchada: em alguns lugares chove, em outros não”, descreve. “Na grande maioria do Rio Grande do Sul nós tivemos problemas seríssimos com o milho, na safra de verão, e agora estamos tendo com a soja”, declarou Pires.

Ele salienta, ainda assim, que as previsões para o clima daqui para frente não sugerem que se repita a situação do ano passado, considerada “arrasadora”. “A não ser que (a falta de água) seja muito severa, é muito difícil ser igual ao ano passado”, compara. De acordo com ele, a região das Missões é a mais afetada, a exemplo dos municípios de São Borja, São Luiz Gonzaga e Bossoroca. “Aquela região ali é disparada a mais afetada no Rio Grande do Sul hoje”, descreve.


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