Uma fonte junto ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul confirmou à Rádio Guaíba, de Porto Alegre, nesta quinta-feira, que o Ministério Público do Estado tenta reverter a soltura do vice-prefeito de Bom Progresso, Maicon Leandro Vieira Leite (PDT), e Cloves Oliveira (PSB), ex-candidato ao Executivo municipal, apontados pela Polícia Civil como mandantes do assassinato de Jarbas David Heinle, então secretário de Saúde e filho do prefeito da cidade. Os suspeitos já haviam sido denunciados pelo órgão por homicídio duplamente qualificado.
O recurso do MP contesta a decisão da Justiça que permitiu que Maicon e Cloves fossem soltos, no último dia 7 de novembro, após expirado o prazo de prisão temporária. O documento, que tramita em segredo de Justiça, enfatiza a necessidade de que os acusados permaneçam presos durante o processo, pois há temor de que as testemunhas sejam coagidas.
A peça também se apoia no relatório da Polícia Civil, que concluiu que o crime teve motivação política. O texto menciona que o ex-secretário de Saúde de Bom Progresso sentia-se ameaçado por Cloves Oliveira e temia que o ex-candidato do PSB planejasse a morte dele.
O recurso está distribuído ao desembargador Luciano André Losekan. O magistrado já havia negado, em outubro, os Habeas Corpus dos acusados quando eles estavam presos temporariamente.
Segundo investigações, o vice-prefeito e Cloves teriam contratado Sérgio Ribeiro dos Santos e Matheus Gabriel Miller para assassinar o ex-secretário, filho do atual prefeito, Armindo David Heinle (PP) e visto como sucessor natural. Apesar de terem concorrido em chapas opostas, nas eleições de 2020, os suspeitos teriam formado uma aliança velada para comandar Bom Progresso após os próximos pleitos.
Apenas um suspeito permanece preso
Sérgio é o único suspeito que permanece detido por envolvimento no crime. Ele está preso, preventivamente, uma vez que teria organizado o crime. Matheus, apontado como o autor dos disparos, está foragido.
Segundo as investigações, Sérgio contratou o atirador e estava presente durante o crime. Ele teria recebido R$ 30 mil e uma carta de emprego, enviada a mando de Cloves, para sair temporariamente do sistema prisional, onde cumpria pena por roubo. Ele também teria recebido a promessa de um cargo na prefeitura com salário de R$ 3 mil.
Suposto autor dos disparos, Matheus, que também tem passagens por roubo, teria recebido R$ 20 mil para assassinar a vítima. Na época do crime, ele estava solto em regime condicional, sem tornozeleira, devido à falta do equipamento em delegacias da região.
Relembre o crime
Na noite de 10 de setembro, pouco após chegar à residência em que vivia junto com a esposa, o ex-secretário foi baleado por Matheus, que havia se escondido no galpão da casa para cometer o crime. Após os disparos, o atirador fugiu, acompanhado por Sérgio. Atingido no peito e no rosto, Jarbas chegou a ser socorrido pela mulher e levado a um hospital da região, mas não resistiu.
Rádio Guaíba