22/09/2022 às 10h58min - Atualizada em 22/09/2022 às 10h58min
Usina de etanol de Passo Fundo poderá partir da produção máxima em 2024
Correio do Povo
A primeira usina de etanol em grande escala do Rio Grande do Sul, anunciada em junho pela BSBiOS, deverá iniciar a produção utilizando sua capacidade máxima. A informação foi divulgada ontem pelo presidente da empresa, Erasmo Battistella, durante o tradicional almoço “Tá na Mesa”, da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), em Porto Alegre. Segundo ele, a usina que será construída em Passo Fundo deverá começar a operar já processando 1.500 toneladas de grãos ao dia para uma capacidade de 210 milhões de litros de etanol ao ano, quantidade equivalente a 23% da demanda gaúcha pelo combustível. Os números eram previstos para ser alcançados somente em 2027, conforme divulgado no ato de lançamento da unidade. E praticamente dobram a meta inicial de produção, de 750 toneladas de grãos/dia para 100 milhões de litros do combustível/ano, durante a primeira fase de instalação da unidade, projetada para novembro de 2024. Batisttela previu o início das obras para junho de 2023, pois ainda depende da expedição de licenças ambientais e de implantação. Após obtê-las, a empresa precisará de mais 12 meses para implementar o projeto de engenharia do empreendimento. Batisttela lembrou que o setor aguarda, a partir de janeiro, o retorno da legislação que determina o índice de mistura do biodiesel no diesel. "Estamos com índice de 10%, quando deveria ser de 14%, e isso impacta muito a indústria do RS", declarou. O tema vem ao encontro da consulta pública da Agência Nacional do Petróleo (ANP), que começa hoje e vai até o dia 4 de novembro, sobre a importação de biodiesel para complementar produção nacional. Sobre isso, o executivo ressaltou que a indústria não é contrária à importação, mas desde que o produto importado atenda às mesmas exigências do nacional. “A consulta é positiva, pois há muito a ser debatido", disse. Ainda enfatizou que a BSBIOS, para exportar biodiesel, precisou obter várias certificações exigidas pelo mercado internacional e enfrentar políticas protecionistas de países importadores, onde altas taxas são cobradas. "Queremos que o biodiesel que entre no Brasil esteja de acordo com o regramento do Renovabio, ao qual estamos submetidos", comentou.