A Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados aprovou, no fim de maio, a volta do extintor de incêndio ABC como item obrigatório nos veículos, dois anos após uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) ter definido que o item não era mandatório. O assunto gera polêmica desde 2015. O novo tipo de extintor seria exigido, a princípio, a partir de 1º de janeiro daquele ano, mas a corrida dos consumidores às lojas revelou a escassez do equipamento, cujo preço disparou, e a obrigatoriedade foi adiada para 1º de outubro. Duas semanas antes, em setembro, porém, a resolução 556/15 do Contran tornou o item facultativo.
A nova decisão está prevista no Projeto de Lei 3404/15, do deputado Moses Rodrigues (PMDB-CE), e recebeu parecer favorável do relator, deputado Remídio Monai (PR-RR).
“Não é plausível que o Contran, de um momento para outro, entenda que o extintor de incêndio não é mais considerado item de segurança do veículo e decida tornar facultativo o seu uso, deixando vulneráveis os ocupantes dos veículos em caso de incêndio”, afirmou Rodrigues. Para o deputado, ao Contran “caberia somente regulamentar as especificações desses equipamentos”, e não decidir sobre seu uso.
Em seu relatório, Monai destaca que “o custo do extintor de incêndio é insignificante em relação ao custo do próprio veículo, ainda mais se considerarmos os benefícios advindos de sua adequada utilização, seja na proteção do patrimônio seja na proteção da vida.”
O projeto tramita em caráter conclusivo —ou seja, é votado apenas pelas comissões, dispensando deliberação do Plenário da Casa— e foi encaminhado para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, onde chegou no dia 2 de junho.
O deputado Herculano Passos (PSD-SP) apresentou, no entanto, um requerimento pedindo a redistribuição do projeto para avaliação da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços. O deputado é membro da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Distribuição de Veículos Automotores e da Mobilidade. Passos ainda não foi encontrado para comentar o assunto.
Veja.com