07/05/2021 às 18h17min - Atualizada em 07/05/2021 às 18h17min

Impacto ao RS pode chegar a R$ 25 milhões com suspensão da Arábia Saudita a frigoríficos

Em volume, a estimativa é de que 14,5 mil toneladas deixarão de ser exportadas por mês caso a medida persista

A suspensão a 11 frigoríficos de aves anunciada pela Arábia Saudita adicionou um problema inesperado — e dos grandes — às indústrias do Rio Grande do Sul. O país asiático é o principal destino das exportações gaúchas de frango e tem quatro unidades na relação das que estão temporariamente embargadas. O impacta estimado, segundo a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) é de R$ 25 milhões em receita e 14,5 mil toneladas em volume, que deixarão de ser embarcados por mês caso a medida persista. O governo brasileiro ainda busca explicações sobre a razão para o veto temporário.

— Fomos surpreendidos justo neste momento complicado no mercado interno, de custos elevadíssimos. Iremos com a Associação Brasileira de Proteína Animal e com as autoridades governamentais buscar explicações cabíveis e fundamentadas para tal decisão. Temos plena confiança de que essas indústrias atendem às exigências previstas nos acordos bilaterais, seja no âmbito comercial ou no sanitário — observa José Eduardo dos Santos, presidente-executivo da Asgav.

Das 223 mil toneladas de frango exportadas pelo Rio Grande do Sul neste ano, 71 mil ou 31% tiveram a Arábia Saudita como destino. As unidades agora suspensas são de duas empresas: JBS (plantas de Montenegro, Passo Fundo e a de perus de Caxias do Sul) e Agroaraçá, de Nova Araçá.

Em nota, a JBS informou que procurou a Saudi Food and Drug Authority (SFDA), autoridade sanitária do governo da Arábia Saudita, para "dialogar e entender as motivações para o bloqueio das exportações de carne de frango para o país". A empresa acrescenta que a produção antes destinada à Arábia Saudita foi redirecionada para outros mercados.

Na quinta-feira (06), os ministérios das Relações Exteriores e da Agricultura emitiram nota na qual manifestavam surpresa e consternação pela medida que veio sem "contato prévio" nem a apresentação "de motivações ou justificativas". Também reiteraram "os elevados padrões de qualidade e sanidade” seguidos pelas empresas brasileiras, com confiança no atendimento dos requisitos exigidos. E informaram ter iniciado o contato com autoridades sauditas para tratar da questão. 

Da mesma forma, a ABPA, em nota reforça o compromisso na parceria estratégica com o povo saudita, "apoiando no suprimento da oferta de alimentos deste que é um dos mais longevos mercados importadores do produto brasileiro". 

GZH

 


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