Das 659.780 vagas de trabalho com carteira assinada criadas nos dois primeiros meses deste ano, 573.970 (87%) pagam até dois salários mínimos, o equivalente a R$ 2.200. O verificado em fevereiro reflete a mesma tendência de janeiro, com a remuneração de 62% das admissões formais (412.641) na faixa entre 1 (R$ 1.100) e 1,5 salário mínimo (R$ 1.650). Na sequência, aparecem as vagas de até 2 mínimos (149.299).
Apesar da manutenção da tendência, os dados do Cadastro Geral de Empregados (Caged) indicam que o salário médio de admissão caiu 2,68% em fevereiro, ao passar de R$ 1.775 para R$ 1.727. A remuneração média das contratações é mais de três vezes inferior ao salário mínimo ideal, estimado em R$ 5.375 pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) com base no custo da cesta básica.
De acordo com o levantamento, os brasileiros remunerados com o salário mínimo precisam trabalhar por 127 horas e 53 minutos para comprar uma cesta básica. Chama ainda atenção que mais de 11 mil dos postos criados (1,67%) oferecem remuneração inferior a meio salário mínimo (R$ 550). Questionado, o Ministério da Economia ainda não especificou a motivação das contratações por um valor inferior ao mínimo.
Por outro lado, as 726 contratações para receber mais de 15 salários mínimos (R$ 16.500) neste ano correspondem a apenas 0,1% das admissões formais efetuadas nos meses de janeiro e fevereiro.