30/03/2021 às 11h27min - Atualizada em 30/03/2021 às 11h27min

Vamos deixar a política para os políticos, diz militar da cúpula da Marinha

Correio do Povo
Antônio Oliveira/ MD
Os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica participam nesta terça-feira de uma reunião que poderá definir a entrega de cargos nas Forças Armadas. Primeiramente, ocorre uma conversa preliminar com o ministro da Defesa que deixa o cargo, general Fernando Azevedo. Em seguida, o grupo receberá o novo indicado para o ministério, general Braga Neto, que deixa seu posto na Casa Civil para a missão. Braga Neto integra hoje o chamado “núcleo duro militar” de auxiliares diretos do presidente Bolsonaro.
O ambiente na Defesa não é de crise, mas há insatisfação com a forma como Fernando Azevedo foi substituído. O general é visto como anteparo a movimentos palacianos de atrelamento automático das Forças Armadas aos interesses políticos do presidente Bolsonaro. “Não haverá politização das Forças Armadas”, repetem desde a tarde desta segunda-feira fontes da área militar. “Vamos deixar a política para os políticos”, reforça oficial da Marinha ligado à cúpula da Defesa. “As Forças Armadas seguirão seu papel constitucional e neste momento nossa missão é ajudar a salvar vidas”, completa.
A expectativa é que o comandante do Exército, Edson Leal Pujol, o chefe da Marinha, Ilques Barbosa Júnior, e o comandante da Aeronáutica, Antonio Carlos Moretti Bermudez, entreguem os cargos em desagravo à demissão de Azevedo. A troca, à qual Azevedo se opôs, foi um dos últimos motivos de desgaste entre o titular da Defesa e o presidente Bolsonaro. O assunto vem sendo discutido pela alta cúpula militar desde a tarde desta segunda-feira. O Alto Comando do Exército se reuniu já na noite de ontem, "para unificar posições". Esta manhã, é a vez do Alto Comando da Marinha.
Fontes do R7 indicam que é dada como certa a saída do general Pujol. A mudança seria um desejo do presidente Jair Bolsonaro, mas encontrou resistência por parte do então ministro Azevedo, que sempre condenou à ideia.
 
A pior sinalização
Conforme a colunista do R7 Christina Lemos publicou nessa segunda-feira, a pior das sinalizações será se os três comandantes entregarem seus postos. "Os cargos são sempre do presidente, mas a simbologia do gesto é o que conta neste momento", avalia um ex-ministro civil da pasta da Defesa, sob a condição de anonimato.
Além das mudanças que atingiram os militares, o presidente Jair Bolsonaro fez modificações em outras pastas, principalmente depois do pedido de demissão de Ernesto Araújo, então ministro das Relações Exteriores.
 
Veja aqui os novos ministros das seis pastas:

- Relações Exteriores: Carlos Alberto Franco França;
- Defesa: Walter Braga Netto;
- Casa Civil: Luiz Eduardo Ramos;
- Secretaria de Governo: Flávia Arruda;
- Advocacia-Geral da União: André Mendonça;
- Justiça e Segurança Pública: Anderson Torres.

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