19/06/2020 às 09h26min - Atualizada em 19/06/2020 às 09h26min

A tecnologia a favor da suinocultura

A tecnologia a favor da suinocultura
Otimização dos serviços, segurança do trabalhador e bem-estar animal são as diretrizes na atual condução da atividade Em todos os segmentos do agronegócio a tecnologia tem sido uma grande aliada na condução dos serviços. O foco na produtividade tem feito com que empresas e produtores invistam em equipamentos e sistemas automatizados para produzir mais, em menor espaço físico e menos tempo. Na suinocultura, ao longo dos anos, a tecnologia tem atuado para suprir uma das principais dificuldades do setor: a escassez de mão-de-obra. O fortalecimento do agronegócio, aos poucos, vem mudando a percepção dos jovens que vivem no meio rural. A ideia de buscar um futuro na cidade já não é mais tão atrativa, quando se observam os bons resultados de uma atividade muito bem executada e gerenciada. O agora suinocultor Marcildo José Filippi percorreu os dois sentidos desse ciclo. Com origens na agricultura familiar, em 1994, após formar-se técnico agrícola, saiu do campo e passou a atuar em indústrias de processamento de carne suína, ocupando diversos cargos dentro dos setores agropecuário, passando pela supervisão até assumir a gerência de frigoríficos em Uberlândia/MG e posteriormente em Caxias do Sul. Após isso, pensando em proporcionar à família maior segurança e qualidade de vida, Marcildo voltou às origens, decidindo dedicar-se à agricultura, focando principalmente na suinocultura, um segmento no qual já possuía amplo conhecimento por ter atuado por vários anos no fomento da atividade. Com sua propriedade localizada em Alto Crissiumal, interior do município de Crissiumal, Filippi
implantou a atividade suinícola através da construção de dois pavilhões destinados ao crechário, modalidade de produção de suínos que aloja os leitões recém desmamados, com
aproximadamente 6kg (21 dias de vida) e os mantém por até 50 dias, quando atingem o peso médio de 25kg, sendo então são repassados à fase de terminação, em outras granjas.
Os pavilhões recentemente construídos atendem a todas as normas ambientais e de segurança, estando equipados com o melhor da tecnologia disponível para a criação de suínos
nesta modalidade. “O investimento foi alto: R$ 1.350.000,00, mas é uma atividade rentável na qual tenho um bom conhecimento e com todo esse aparato tecnológico, fica mais fácil
monitorar e executar os serviços”, destaca o produtor. Sob orientação da empresa Seara Alimentos Ltda, Marcildo recebeu todo o suporte para a viabilização dos projetos e ainda, através de um programa de fidelização, passa a receber da empresa, além do valor normal por suíno alojado, um incentivo financeiro/suíno, através de um contrato de garantia válido por 10 anos. “Essa confiança e segurança por parte da empresa Seara também foi um fator determinante que nos motivou a ingressar na atividade”, afirma Filippi.
TECNOLOGIA IMPLANTADA
Juntos, os dois pavilhões (12,7m x 85m/cada) construídos na propriedade têm a capacidade para alojar até 6.000 suínos na modalidade Crechário, que é a fase intermediária no ciclo da
produção de suínos para abate. O sistema elétrico instalado atende todas as normas do NR10, sendo que a energia também pode ser produzida através de um gerador de energia tratorizado, que é colocado em funcionamento quando houver interrupção no fornecimento oriundo da rede trifásica. Os recursos hídricos necessários para a atividade são extraídos de um poço artesiano perfurado na propriedade. Para estar apta para o consumo animal, a água passa por um tratamento de redução de PH e injeção de cloro. Somente após testagem a água é distribuída através de tubulações que chegam aos coxos e bebedouros. Junto à distribuição de água, existe outra tubulação na qual, quando necessário, são aplicados
medicamentos para os animas. Através de um registro o produtor pode destinar essa medicação para todo lote ou individualmente para baia. Primando pelo bem-estar animal, cada crechário possui baias de enfermaria. Para elas são trazidos e isolados os animais que necessitam de cuidados sanitários e medicamentos específicos. Essas baias estão localizadas estrategicamente próximas ao corredor de acesso à sala de comandos, por onde o produtor passa várias vezes durante o dia e tem condições de acompanhar mais de perto a evolução do estado clínico desses animais. As 56 baias de cada pavilhão estão equipadas com arraçoamento mecanizado, também acionado pelo sistema que, com as informações emitidas pelos sensores instalados junto aos coxos, detectam a necessidade de abastecimento de ração. Nos primeiros dez dias alojados existe a necessidade de estimular o consumo de ração sólida desses animais que até então eram somente alimentandos com o leite materno. Nesse período de adaptação os leitões recebem em coxos menores, uma solução (papinha) preparada com água norma, leite em pó e achocolatado, e gradativamente eles passam a consumir a ração normal. Um piso limpo e seguro proporciona bem-estar e colabora no crescimento dos leitões. No crechário instalado na propriedade de Marcildo Filippi, todas as baias são revestidas com piso plástico vazado, que é instalado acima do piso bruto. Esse tipo de piso protege os animas da umidade e das variações térmicas do piso de concreto. Além de manter o ambiente mais limpo com facilidades para limpeza e escoamento dos dejetos, o piso plástico é antiderrapante e possui longa vida útil. A limpeza dos dejetos acumulados no fundo da pocilga é feita sempre ao final de cada lote e estes são canalizados para duas esterqueiras totalmente revestidas com lonas, obedecendo os critérios ambientais. A segurança do trabalhador também teve uma atenção especial nessas novas estruturas de
pocilgas. O que antes era motivo para preocupação e até mesmo ocasionava acidentes graves, hoje passa a ser uma atividade tranquila. A higienização das baias que antes era feita com o uso de “lava-jatos” que, por estarem diretamente em meio à água e umidade, proporcionavam riscos de descargas elétricas, agora é feita com o mesmo sistema de pressão de água, porém existem instalados ao longo dos pavilhões alguns terminais de água com engate rápido, registro e acionamento através de disjuntores. “Nesse modelo não mais é necessário manusear aparelhos elétricos dentro dos pavilhões, diminuíram-se os riscos e aumentaram as facilidades nesse serviço específico”, destaca Filippi. Os pavilhões são totalmente fechados e climatizados, praticamente inexistindo interferência do clima externo nas dependências do crechário. Para gerar calor interno existe uma fornalha movida a lenha e a pellets de madeira. Junto à fornalha, existe um compartimento no qual são depositados os pellets. “Por exemplo, durante uma noite fria, quando o sistema comprova a falta de calor e não há mais lenha suficiente na fornalha para suprir essa demanda, o fogo passa a ser alimentado por esses pellets de madeira, não sendo necessária a presença humana para realizar
esse trabalho”, destaca o produtor. Em dias quentes, quando há necessidade de ventilar e refrigerar o ambiente interno existem exaustores laterais (exaustão de amônia) e no teto do pavilhão, os Inlets, que são responsáveis pela renovação do ar. O controle da temperatura também é monitorado por sensores que acionam outros equipamentos chamados de Cooling (sistema de refrigeração à base de água), que estão centralizados nas laterais da construção e distribuem ar refrigerado para dentro do pavilhão até atingir e a temperatura necessária. Os pavilhões ainda são equipados com nebulizadores que são acionados para manter a umidade do ar, amenizando a sensação térmica. Para gerenciar todo esse sistema automatizado, existe uma central de comando. Através de dispositivos eletrônicos, programas e aplicativos, o produtor tem total acesso as informações em tempo real, o que lhe permite monitorar desde os sistemas de alimentação, até mesmo controles de temperatura, umidade e CO². “Da palma da mão, através do aplicativo instalado nocelular, posso observar todas essas variáveis que ocorrem dentro das instalações. Sem dúvidas essa tecnologia reduz a mão-de-obra e otimiza o nosso trabalho”, finaliza o suinocultor Marcildo
Filippi.

CONFIRA VIDEO DO CRECHÁRIO: https://www.facebook.com/watch/?v=308801753459765
CONFIRA GALERIA DE FOTOS: https://drive.google.com/drive/folders/1wpHw6Wmf81rJsVb4JgY8lJ6nyl7kp_Wk?usp=sharing

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