18/06/2020 às 07h25min - Atualizada em 18/06/2020 às 07h25min

Reconstituição do caso Rafael Winques é nesta quinta-feira

Rádio Progresso
Marcada para ocorrer a partir das 18h desta quinta-feira (17), a reprodução simulada dos fatos — conhecida como reconstituição — vai recontar os passos até a morte de Rafael Mateus Winques, 11 anos, na cidade de Planalto, no norte do RS. O menino desapareceu em 15 de maio e foi encontrado morto, 10 dias depois, dentro de uma caixa na casa ao lado da que morava com a família.

A mãe dele, Alexandra Dougokenski, 33 anos, admitiu a autoria crime, alegando ter exagerado em doses de medicação, mas disse que não teve a intenção de matar. Laudo do Instituto-Geral de Perícia (IGP) revelou que o garoto morreu por asfixia.

Alexandra e o outro filho, de 17 anos, que também estava na casa no momento do crime, irão participar da simulação. O corpo de Rafael será representado por um boneco com o mesmo peso e altura do menino.

A reconstituição é uma perícia complexa, sem ter hora para acabar. À frente do IGP, Heloísa Helena Kuser explica que o objetivo do trabalho é avaliar se a versão dada pela mãe de Rafael é real e se há viabilidade de ter acontecido da forma como foi narrada:
— É um trabalho que depende de muita leitura de todos os depoimentos e estudo de todos os laudos já elaborados. A perícia é uma busca de vestígios e provas. E isso vai demorar quanto tempo o perito achar necessário até responder todos os quesitos levantados. Pode ser que o trabalho vá até a madrugada. Tudo é feito conforme as versões. É um processo lento — diz.

Ao longo de todo processo, cada passo é registrado por fotos e anotações. Um laudo posterior, que tem até 30 dias para ser concluído, vai confrontar as várias versões, analisar se há alguma disparidade e onde, tecnicamente, elas não são possíveis.
Por simular uma situação que já aconteceu, é necessário que o trabalho ocorra nas condições ambientais do crime — como horário, luminosidade e temperatura. Heloísa explica que quanto mais estes fatores forem semelhantes aos do dia do fato, melhor será a qualidade da reprodução. 
Pelo IGP, irão participar do trabalho peritos criminais e fotógrafos. O acesso à casa será restrito a servidores do instituto, delegados, à promotora do caso, Michele Kufner, e ao advogado de defesa, Jean Severo. Quando necessário, policiais civis poderão ser chamados para ocupar o local de alguém que estava na cena. O trabalho é feito em várias etapas. A Polícia Civil elabora os quesitos técnicos que precisarão ser respondidos pela reprodução. Aos peritos, cabe elaborar a prova para a investigação. 

Até a data da reconstituição, é feito um estudo prévio em que os peritos estudam todo inquérito, leem as versões apresentadas, conferem os laudos e preparam todas as versões que serão feitas no local, conforme os vários depoimentos. Até aqui, os delegados ouviram mais de 30 pessoas sobre o crime, entre eles, familiares, professores de Rafael, pais de amigos e o namorado da mãe da criança. Outras perícias, como necropsia, análise toxicológica e análise do local do crime, permitirão responder a questões complementares, como saber se o menino realmente foi morto na madrugada de 15 de maio e se ele ingeriu medicamento.

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