01/12/2023 às 10h24min - Atualizada em 01/12/2023 às 10h24min

Operação do GAECO/MPRS é realizada para coibir ingresso de drogas e celulares no Presídio Regional de Pelotas.

Observador Regional
Michelle Teixeira | MPRS
 
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (GAECO/MPRS) realiza nesta sexta-feira, dia 1º de dezembro, uma operação no Presídio Regional de Pelotas. Com apoio operacional da Superintendência dos Serviços Penitenciários (SUSEPE), o objetivo é combater o ingresso de drogas, celulares e demais objetos ilícitos no local.
Após investigação de três meses do 10ª Núcleo Regional do GAECO – Sul, foi comprovado que houve o ingresso de telefones, a prática de tráfico de drogas e, ainda, corrupção de agentes públicos na casa prisional. O esquema seria controlado por uma organização criminosa que tem base no município. Participam da revista geral 22 integrantes do MPRS e 126 policiais penais.
O subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Luciano Vaccaro, destaca que “é muito preocupante a união entre uma organização criminosa, que tem vários de seus integrantes presos, com agentes públicos que deveriam zelar pela correta execução da pena a eles aplicada. No entanto, agem em sentido contrário, corrompendo-se e facilitando o ingresso de celulares e drogas na casa prisional. O MPRS está atento a esta situação e, com o apoio da SUSEPE, deflagrou a operação para coibir tais condutas e responsabilizar os envolvidos”.
O promotor de Justiça André Dal Molin, coordenador do GAECO, diz que “o grupo tem como uma das metas investigar a entrada criminosa de drogas, dinheiro e aparelhos celulares no sistema prisional, razão pela qual vai continuar em operações similares para coibir a corrupção em estabelecimentos penais”.
Já o promotor de Justiça Rogério Meirelles Caldas, destaca que a “Operação Caixa-forte” é uma intervenção coordenada pelo GAECO que tem, como meta inicial, 26 alvos específicos entre apenados. Além disso, todas as provas possíveis a serem apreendidas na ação servirão para compor a investigação. Ele diz que “a apuração — que está sob sigilo — irá continuar após a revista geral como meta de confirmar como os materiais ilícitos ingressavam no presídio de Pelotas. Agentes públicos têm condutas suspeitas apuradas, mas, por enquanto, ainda não podemos falar de nomes ou números”.
OUTRAS AÇÕES NA CASA PRISIONAL
O promotor Rogério Meirelles Caldas ainda diz que a revista geral ocorrida nesta sexta-feira é a terceira ação na casa prisional nos últimos meses. Em maio deste ano, em outra operação do MPRS no local, foram apreendidos 73 celulares, 6,7 quilos de maconha e 2,1 quilos de cocaína, entre outros materiais. Já em setembro, em uma revista geral no presídio, foram localizados 20 telefones, cinco carregadores e também drogas: 2,9 quilos de cocaína e quase meio quilo de maconha. O presídio tem atualmente 789 apenados.
APREENSÕES DE DROGAS NO PRESÍDIO E EM PELOTAS
Em 2022, foram apreendidos 69,3 quilos de maconha dentro do presídio e, em 2023, até a presente data, 11,1 quilos. Em relação à cocaína, foram 12,6 quilos em 2022 e outros 7,3 quilos em 2023, até os dias atuais. Esses números são relativos a ações da SUSEPE dentro da casa prisional. Em comparação aos dados em todo o município, conforme ações da Brigada Militar (BM), há mais apreensões de cocaína dentro do presídio do que na cidade. A BM localizou 3,1 quilos da droga em 2022 e outros 7,1 em 2023, até o momento.
Sobre maconha, também houve mais apreensão na casa prisional em 2022 do que em toda a cidade, quando a BM recolheu 9,3 quilos. Em 2023, até hoje, as apreensões na cidade — um total de 37, 4 quilos — ultrapassaram o total dentro do presídio. Para o promotor Rogério Meirelles Caldas, a operação tem o intuito de buscar mais provas para comprovar a forma como esses produtos ingressaram no Presídio Regional de Pelotas: “esse objetivo é importante porque, por exemplo, diminuiu o lançamento de drones com materiais ilícitos para a casa prisional, além dos arremessos ou tentativas de arremessos. Neste último caso, caiu de 244 em 2022 para apenas quatro neste ano”.

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