14/11/2023 às 09h04min - Atualizada em 14/11/2023 às 09h04min
Células neonazistas são alvo de operação coordenada entre o RS e mais três Estados contra crimes de intolerância
Gaucha ZH
Policia Civil - Divulgação A Delegacia de Combate à Intolerância da Polícia Civil gaúcha, em cooperação com a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e unidades da polícia em mais três Estados cumprem, desde o começo da manhã desta terça-feira (14), nove mandados de prisão e 23 de busca e apreensão, decorrentes das investigações da Operação Accelerare. A ofensiva mira operadores, recrutadores e integrantes de células neonazista que atuam em conexão com grupos no Brasil e no Exterior.
Conforme a delegada Tatiana Bastos, a investigação ocorre sobre ramificações que se organizam em grupos antissemitas, separatistas, racistas, misóginos e com outras expressões de ódio contra minorias e representações da diversidade. A descoberta da rede criminosa ocorreu graças ao trabalho iniciado em junho deste ano, no qual armas, literatura nazista, computadores e telefones foram capturados e periciados em investigações sobre armazenamento de dados e comunicação.
— Descobrimos que a disseminação do discurso de ódio iria transcender para possíveis atentados contra agentes políticos e professores universitários que atuam na defesa da diversidade e abordam, em seu trabalho, o combate ao neonazismo — descreve a delegada.
No Rio Grande do Sul, os mandados são cumpridos em Porto Alegre, Gravataí , Capão da Canoa, Pantano Grande e Venâncio Aires. A delegada explica que estas células demonstram um nível sofisticado de articulação, tendo relacionamentos estabelecidos com mais de 32 mil grupos neonazistas espalhados pelo mundo.
As investigações que culminam com a operação desta terça tiveram início com a prisão de três suspeitos de atos neonazistas na Região Metropolitana, quando farto material ideológico foi apreendido durante cumprimento de mandados de busca em Porto Alegre, Canoas , Nova Santa Rita e Novo Hamburgo, após seis meses de apurações.
Denúncias podem ser feitas por meio do Disque Direitos Humanos – o Disque 100, bem como pelo Disque Denúncia 181 ou o WhatsApp (51) 98444-0606.