25/10/2023 às 14h19min - Atualizada em 25/10/2023 às 14h19min

Novo Ensino Médio: o que muda com a proposta do Ministério da Educação

Gaucha ZH
Daniel Conzi / Agencia RBS
O projeto de lei que muda o Novo Ensino Médio foi entregue ao Congresso nesta terça-feira (24). O envio do documento com as novas diretrizes para uma política nacional é a mais recente etapa do Ministério da Educação para tentar eliminar críticas e problemas da reforma que mudou a grade curricular e a oferta de disciplinas optativas em todas as escolas do país.
O texto, agora, deve ser apreciado por deputados e senadores, no entanto, não há prazo para que isso ocorra. Abaixo, veja sete pontos de mudanças para o Novo Ensino Médio.
Retomada do mínimo de 2,4 mil horas de Formação Geral Básica para todos os estudantes cursarem o Ensino Médio sem a integração com um curso técnico. Os Itinerários Formativos serão convertidos em Percursos de Aprofundamento e Integração de Estudos. Atualmente a carga horária tem teto de 1,8 mil horas para as disciplinas comuns do Ensino Médio, o que, segundo o ministério, causa “fragilização da formação dos estudantes”.
Também é proposta a retomada de todas as disciplinas obrigatórias do Ensino Médio antigo, incluindo a Língua Espanhola, que deverá voltar a ser obrigatória em todas as redes no prazo de três anos. Segundo o PL, a eliminação ou diminuição da carga horária das disciplinas que faziam parte do Ensino Médio (Sociologia, Filosofia, Artes, Educação Física, entre outros) é um problema para os estudantes.
Também será dada permissão excepcional para que as redes ofereçam a Formação Geral Básica em 2,1 mil horas, desde que articulada com um curso técnico de, no mínimo, 800 horas. Segundo a proposta, atualmente, há uma conexão fragilizada do Ensino Médio com a formação técnica e profissional.
É proposta a delimitação de quatro possibilidades de Percursos de Aprofundamento e Integração de Estudos Propedêuticos (hoje chamados de Itinerários Formativos), que deverão contemplar ao menos três áreas do conhecimento. Também haverá a exigência de que cada escola oferte, pelo menos, dois dos quatro percursos. A avaliação é que existem “dispersão e desigualdade” na oferta dos Itinerários Formativos.
O PL propõe a construção de parâmetros nacionais para a organização dos Percursos de Aprofundamento e Integração de Estudos, definindo quais componentes curriculares deverão ser priorizados em cada um deles. O projeto diz que o modelo atual causa “fragmentação interna e oferta desorganizada dos componentes curriculares dentro de cada Percurso de Aprofundamento e Integração de Estudos”.
O projeto quer vedar a oferta dos componentes curriculares da Formação Geral Básica na modalidade de Educação a Distância e propõe a regulamentação da oferta dessa modalidade em contextos específicos para os Percursos de Aprofundamento. Segundo o governo, há a precarização da Formação Geral Básica com a oferta de componentes curriculares EAD.
Também é proposta a revogação da inclusão de profissionais não licenciados, com reconhecimento de notório saber, na categoria de profissionais do magistério. O projeto de lei afirma que foi identificada a “inclusão de pessoas sem formação específica de professor (licenciatura) como profissionais do magistério, a partir do dispositivo de reconhecimento de Notório Saber”. O Notório Saber pressupõe o conhecimento de um profissional, sem a devida formação específica, aplicado à docência.

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