20/10/2023 às 10h24min - Atualizada em 20/10/2023 às 10h24min

Como funciona o trabalho de monitoramento de animais mortos após casos de gripe aviária no RS

Gaucha ZH
Prefeitura de Santa Vitória do Palmar / Divulgação
Após a confirmação de quatro focos de gripe aviária no Rio Grande do Sul, o trabalho de monitoramento nas praias mobiliza as equipes das prefeituras. Ao todo, 375 mamíferos marinhos foram encontrados mortos ou doentes no litoral do RS.
Somente na Praia do Hermenegildo, em Santa Vitória do Palmar, no Litoral Sul, 21 animais marinhos foram encontrados mortos nesta quinta-feira (19). Em uma semana, ao longo de toda a orla da cidade, mais de 140 animais foram enterrados.
Também foram confirmados focos da doença em mamíferos aquáticos em Rio Grande e Torres, e em uma ave silvestre em São José do Norte. A doença não foi registrada em humanos e as autoridades sanitárias alertam para a importância de evitar o contato com os animais sob risco.
Na Ilha dos Lobos, em Torres, no Litoral Norte, houve diminuição de 80% na ocorrência de animais, o que pode estar relacionado à doença.
Enterros na praia
Os animais mortos são enterrados na região da praia. As valas são abertas com retroescavadeiras e têm cerca de dois metros de profundidade.
É um trabalho que tem sido feito às pressas para evitar que outros animais, como pássaros e cachorros, sejam contaminados. O Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal (DDA) alerta para os moradores e visitantes das praias que evitem se aproximar ou alimentar animais encontrados nas praias.
A Praia do Hermenegildo tem 150 quilômetros de extensão e, muitas vezes, questões climáticas, como o aumento da maré, impedem as equipes de percorrer toda a área. Por isso, a prefeitura teme que o número de animais mortos seja maior.
Santa Vitória do Palmar fica a cerca de 25 quilômetros do Uruguai. No último mês, o país vizinho registrou muitos animais marinhos infectados pela gripe aviária. Nesta época do ano, os animais costumam migrar para o litoral do RS.
— Desde que foi informado que no Uruguai havia sido contaminada essa colônia de leões-marinhos e lobos, a gente ficou em alerta para esse tipo de coisa — diz a diretora geral do Departamento de Controle Urbanístico e Ambiental, Rilvair Amaral Pinheiro.
Restrição de circulação é discutida
A prefeitura avalia restringir a circulação de pessoas na beira da praia. Mas, para isso, aguarda por uma determinação do governo do Estado.
— Nós estamos aguardando o governo do Estado, através de nota técnica, para que possamos tomar as medidas cabíveis — diz o prefeito Weillington Bacelo.
— Em relação à restrição de acesso, é algo que haverá de ser discutido ainda. Nós mantemos a nossa orientação de que as pessoas mantenham distância dos animais que estão à beira do mar, no caso específico dos mamíferos que está comprovado que são portadores de influenza aviária — diz secretário adjunto da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do RS, Márcio Madalena.

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