19/09/2023 às 20h07min - Atualizada em 19/09/2023 às 20h07min

Rio Grande do Sul registra em 2022 a maior taxa de suicídio da série histórica

Cerca de 80% dos casos envolvem homens, conforme dados preliminares

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Rio Grande do Sul teve, em 2022, a maior taxa de suicídios registrada desde 2010, quando iniciou a série histórica. De acordo com dados preliminares, divulgados pela Secretaria Estadual da Saúde (SES), foram 1.560 mortes por suicídio no ano passado. O número equivale a uma taxa de 14,4 a cada 100 mil habitantes. O Estado registra historicamente as taxas mais elevadas do país.

É possível observar, durante o período, uma linha de tendência crescente para a taxa de mortalidade por suicídio. Entre o início e o fim do período, a taxa teve aumento de 4,49 casos a cada 100 mil habitantes, sendo a taxa de 2022 43,3% maior que a de 2010.

Anualmente, no mês de setembro, dedicado à reflexão sobre o suicídio como problema de saúde pública, a Secretaria da Saúde (SES) divulga o Informe Epidemiológico Suicídio e Lesão Autoprovocada. O documento expõe dados preliminares de 2022 sobre a mortalidade por suicídio no Rio Grande do Sul e no cenário nacional e mundial.

O informe recomenda aos gestores de saúde regionais e municipais que notifiquem os casos de suicídio. Também enfatiza o papel dos serviços de Atenção Primária em Saúde (APS) e Atenção Secundária para a identificação do comportamento suicida, a fim de possibilitar uma avaliação de risco adequada e evitar que os casos evoluam.

O levantamento aponta ainda que, em 2021, o óbito ocorreu no próprio domicílio em 64,6% dos casos e, no hospital, em 10,3%.

80% dos casos do sexo masculino
De acordo com o levantamento, oito em cada dez óbitos por suicídio registrados no Rio Grande do Sul são de pessoas do sexo masculino. Entre os homens, a taxa aumenta conforme a faixa etária avança, aumentando também a diferença em relação ao sexo feminino.

Chama atenção nos dados um aumento na taxa de mortalidade de adolescentes de 15 a 19 anos, a partir de 2018, e de idosos de 70 anos ou mais a partir de 2019.

Centro e Noroeste com taxas maiores
As maiores taxas de mortalidade por suicídio foram apuradas no Centro e no Noroeste do Rio Grande do Sul. Entre as 18 Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS), destaque para os números de Frederico Westphalen (2ª CRS), Santa Cruz do Sul (13ª CRS) e Santa Rosa (14ªCRS). A região de Porto Alegre, atendida pela 1ª Coordenadoria registra a menor taxa.

Saiba como obter ajuda

Mapa da Saúde Mental reúne os locais que oferecem ajuda.

O Centro de Valorização da Vida oferece atendimento gratuito 24h, realizando apoio emocional e prevenção ao suicídio, pelo telefone 188 ou pelo site.

Outros meios para buscar ajuda incluem os Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que atende pelo número 192.

O E-book gratuito “Bem-estar dos educadores: cuidando da saúde mental para uma escola de sucesso”, da Academia Soul, está disponível online.

Já a campanha “Seja Luz no Caminho de Quem Precisa”, do Sesi-RS, voltada a empresas, oferece adesão gratuita. Os interessados podem acessar site do Sesi ou contatar o 0800-0518555.


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