13/09/2023 às 09h15min - Atualizada em 13/09/2023 às 09h15min

Senado aprova reconhecimento de calamidade para o Rio Grande do Sul

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Waldemir Barreto / Agência Senado
O Senado aprovou nesta terça-feira (12) o projeto de decreto legislativo que reconhece estado de calamidade pública no estado do Rio Grande do Sul e em 98 dos seus municípios (PDL 321/2023) até 31 de dezembro de 2024, em razão das enchentes causadas por ciclone extratropical. O projeto ainda precisa passar pela Câmara dos Deputados, para onde segue agora.
Durante a vigência do estado de calamidade, ficam suspensas nas localidades cobertas pelo decreto as seguintes regras da Lei de Responsabilidade Fiscal:

Limites e condições para operações de crédito, concessão de garantias, contratação entre entes da Federação e recebimento de transferências voluntárias.
Sanções para contratação de crédito entre entes da Federação, captação de recursos por antecipação de receita, inscrição de despesas em restos a pagar sem disponibilidades de caixa.
Cumprimento da aplicação de recursos vinculados a determinada finalidade, desde que os recursos sejam destinados ao combate à calamidade pública.
 Vedações para renúncia de receita e geração de despesa, desde que o incentivo, benefício ou aumento da despesa sejam destinados ao combate à calamidade pública.

 O senador Paulo Paim (PT-RS) deu o parecer favorável ao projeto, que havia sido apresentado mais cedo pela mesa diretora do Senado. Ele lamentou que a medida “não salvará vidas”, mas afirmou que ela será fundamental para a reconstrução do Estado.

    — O Estado já vive uma situação fiscal difícil, que sacrifica sua economia e o contribuinte local. Com o desastre climático que o atingiu, haverá necessidade de reconstrução da infraestrutura de cidades inteiras, devastadas pelas enxurradas. Assim, esse processo de recuperação somente será possível com o abrandamento das regras estritas da LRF — defendeu.

Paim se emocionou ao falar das vítimas da enchente no Vale do Taquari, mas assegurou que “o povo gaúcho está firme”. Ele também cumprimentou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que foi o autor do projeto, e agradeceu os esforços dos governos federal e estadual, além do Parlamento.

O Rio Grande do Sul foi atingido na semana passada pela passagem de uma frente fria associada a um ciclone extratropical no Oceano Atlântico, que provocou fortes chuvas e inundações em várias cidades do norte gaúcho, Serra e Vale do Taquari. Segundo o boletim mais recente da Defesa Civil, divulgado às 12h desta terça-feira (12), 97 cidades foram atingidas e mais de 20 mil pessoas estão desalojadas, sendo quase 5 mil sem abrigo. Foram confirmadas 47 mortes e 8 pessoas continuam desaparecidas.

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