31/08/2023 às 09h55min - Atualizada em 31/08/2023 às 09h55min
Conselho de Ética abre processos contra sete deputados, incluindo dois do RS
Gaucha ZH
O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados decidiu, em reunião nesta quarta-feira (30), abrir processo contra sete deputados: Marcon (PT-RS), Glauber Braga (PSOL-RJ), Abilio Brunini (PL-MT), André Fernandes (PL-CE), Ricardo Salles (PL-SP), Zucco (Republicanos-RS) e Sâmia Bomfim (PSOL-SP).
Na mesma sessão, o colegiado arquivou representação apresentada pelo PT contra o deputado José Medeiros (PL-MT), acusado de intimidar a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) durante sessão que comemorava o Dia da Mulheres e de agredir o deputado Miguel Ângelo (PT-MG), que defendeu Gleisi.
Na reunião, o presidente do Conselho de Ética, Leur Lomanto Júnior (União-BA), sorteou a lista tríplice para a escolha dos relatores desses casos. O parlamentar escolherá o relator de cada caso a partir da lista tríplice sorteada.
Os processos contra cada deputado:
Marcon (PT-RS)
Processo 15/23, por desentendimentos com Eduardo Bolsonaro em reunião da Comissão de Trabalho a respeito da facada desferida contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Foram sorteados para a possível relatoria os deputados Bruno Ganem (Pode-SP), Guilherme Boulos (PSOL-SP) e Delegado Fábio Costa (PP-AL).
Glauber Braga (PSOL-RJ)
Processo 16/23, referente a representação apresentada pelo PL. O partido acusa Braga de quebra de decoro por ter ofendido Eduardo Bolsonaro durante reunião na Comissão de Relações Exteriores.
"Se Maduro tivesse chegado no aeroporto com um carregamento de joias eles (a extrema direita) iriam adorar", disse Braga ao deputado do PL. Foram sorteados para a lista tríplice de possíveis relatores: Alex Manente (Cidadania-SP), Albuquerque (Republicanos-RR) e Rodrigo Gambale (Pode-SP).
Abilio Brunini (PL-MT)
Brunini é acusado de transfobia contra a deputada Erika Hilton (PSOL-SP) em reunião da CPI do 8 de Janeiro. As acusações foram corroboradas por outros parlamentares durante a reunião. Por fim, o presidente da CPI, deputado Arthur Oliveira Maia (União-BA), pediu que as filmagens fossem enviadas à polícia legislativa para apuração. A lista tríplice de possíveis relatoras inclui os deputados Gabriel Mota (Republicanos-RR), Júlio Arcoverde (PP-PI) e Mário Heringer (PDT-MG).
André Fernandes (PL-CE)
O PT acusa Fernandes de racismo durante um debate sobre a reforma tributária no plenário.
"Diversas afirmações do representado são marcadas por uma postura racista e discriminatória, pela ridicularização da questão racial e de identidade de gênero, ao falar em tom jocoso que a raça devia ser 'de boi'", diz a representação.
Foram sorteados para a possível relatoria os deputados Chico Alencar (PSOL-RJ), Gutemberg Reis (MDB-RJ) e Bruno Ganem (Pode-SP).
Ricardo Salles (PL-SP)
Salles é acusado de violência de gênero durante reunião da CPI do MST contra a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e em postagens nas redes sociais da parlamentar. Foram sorteados para a lista tríplice de possíveis relatores: Gabriel Mota (Republicanos-RR), Paulo Magalhães (PSD-BA) e Mário Heringer (PDT-MG).
Zucco (Republicanos-RS)
O PSOL acusa Zucco de misoginia por, na mesma reunião da CPI do MST, ter ameaçado encerrar a sessão se Sâmia não permitisse que os outros deputados falassem. "Ela acha que por ser mulher não pode ser interrompida", disse Zucco na ocasião. E acrescentou: "Respeito muito as mulheres, responsáveis pela procriação e pela harmonia da família".
Os deputados Jack Rocha (PT-ES), Miguel Ângelo (PT-MG) e João Leão (PP-BA) poderão ser escolhidos relatores do processo.
Sâmia Bomfim (PSOL-SP)
Nesse caso, o PL acusa Sâmia de ter quebrado o decoro naquela reunião da CPI do MST. O partido diz que ela abusou das prerrogativas constitucionais e "iniciou seus ataques gratuitamente". A lista tríplice de relatores inclui os deputados Julio Arcoverde (PP-PI), Acácio Favacho (MDB-AP) e Ana Paula Lima (PT-SC).